sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Serra Pelada E Colossus ligada a Lobão CPMI para investigar lavagem de dinheiro

SERRA PELADA NOS ANOS 80

TRAMBIQUES DA COLOSSUS ESTÃO LEVANDO À DESVALORIZAÇÃO DE SUAS AÇÕES NA BOLSA DE TORONTO. ONTEM, AS AÇÕES FORAM COMERCIALIZADAS A 36 CENTAVOS E PODE CHEGAR A ZERO ATÉ DEZEMBRO

Escrito por ASCOM / ADEPAG Ligado .
CLAUDIOMANCUSO3As investigações que estão sendo feitas pela Polícia Federal em torno do roubo de ouro da mina de Serra Pelada, bem como a instalação de uma CPMI no Congresso Nacional para apurar o seu envolvimento na prática de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e formação de quadrilha apontados por um relatório do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão ligado à Receita Federal, são  os principais fatores que estão fazendo as ações da Colossus Minerals Inc virarem pó na Toronto Stock Exchange, maior bolsa de Valores do Canadá. Claudio Mancuso (foto), presidente da Colossus, já deu sinais de que vai abandonar a empresa.

As ações da Colossus tiveram ontem a maior perda entre os papéis que compõem a Bolsa de Toronto, chegando a ser comercializada a R$ 035 centavos  pela manhã, o menor nível histórico,  e no final da tarde fechou a R$ 036 centavos. A desvalorização já passa de  93,7%, o que representa uma total perda de confiança na empresa e em sua gestão. 

O canadense Claudio Mancuso, presidente da empresa, admitiu pela primeira vez que encontra dificuldades para convencer os bancos a emprestar R$ 37 milhões, dinheiro que seria usado para o término das obras de implantação da mina. O acúmulo de notícias ruins afasta cada vez os investidores dos papéis da empresa canadense, bem como provoca pedidos de demissões por parte de seus diretores. Mancuso ainda sente o reflexo da saída de John SM Turner,  que pediu demissão do conselho de administração da Colossus, fato ocorrido na semana passada após  uma intensa discussão interna entre  os diretores em torno das operações nada republicanas feitas no Brasil, especificamente no projeto Serra Pelada.(02)


Serra Pelada com a implantação do projeto de mineração tocado pela Coomigasp e a empresa Colossus o diretor da empresa, o geólogo Darci Lindenmayer..A  nova mina de Serra Pelada a expectativa é a retirada de 51 toneladas de ouro, mas há previsão de uma quantidade ainda maior na área dos 100 hectares de propriedade da Coomigasp.O investimento total da Colossus no Projeto da Nova Mina de Serra Pelada é de R$ 220 milhões. Até agora foram investidos R$ 120 milhões. Somente em pesquisas foram aplicados R$ 30 milhões.

Colossus, uma ''gigante'' estranha e sem rosto 

Uma operação articulada pelo senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão está por trás do projeto de retomada da exploração de ouro no lendário garimpo de Serra Pelada, no sul do Pará. A operação envolve pagamentos suspeitos a cabos eleitorais de Lobão e um emaranhado de empresas - algumas de fachada - abertas no Brasil e no Canadá.

O projeto de retomada da exploração do garimpo ganhou força quando Lobão esteve no comando do ministério, de janeiro de 2008 a março deste ano. Com aval do governo, a exploração será feita pela Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, empresa criada a partir de um contrato entre a desconhecida Colossus Minerals Inc., com sede em Toronto, no Canadá, e a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que reúne 40 mil garimpeiros e detém os direitos sobre a mina.
Este ano (2010), por duas vezes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a programar visita a Serra Pelada para anunciar a reabertura do garimpo.(01)
PERGUNTO: E AS ARRECADAÇÕES  AOS COFRES DO TESOURO NACIONAL NA EXPLORAÇÃO DOS MINÉRIOS.  OS MINÉRIOS NO BRASIL CONTINUAM SENDO  EXPROPRIADOS...

ASSASSINATOS MARCAM RETOMADA DA EXPLORAÇÃO DE OURO EM SERRA PELADA
No período em que a Colossus, com sede em Toronto, no Canadá, fechou contrato com cooperativa local de garimpeiros para reativar a mineração, houve três execuções, um suposto suicídio e tiroteios, além de intervenção de coronel que fora agente do SNI.
A violência marcou o período em que a empresa Colossus Minerals Inc., com sede em Toronto, e a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) fecharam contrato para explorar ouro no local. Houve três assassinatos, um suposto suicídio, tiroteios e a intervenção de um ex-araponga indicado pelo então ministro, hoje senador, Edison Lobão (PMDB-MA).
O Estado revelou ontem que o grupo de Lobão montou um esquema com empresas de fachada e caixa 2 e tomou o controle da Coomigasp para garantir a exclusividade na exploração do ouro subterrâneo da jazida, localizada no município de Curionópolis, na região sul do Pará.


Um dos assassinatos ocorreu em maio de 2008. A execução do sindicalista Josimar Barbosa, presidente afastado da Coomigasp e rival do grupo ligado a Lobão, facilitou o avanço da Colossus. Morto com 13 tiros por dois motociclistas até hoje não identificados, Barbosa tinha obtido na Justiça o direito de voltar ao posto.
À época, a Coomigasp estava sob controle de Valdemar Pereira Falcão, um dos aliados de Lobão. Na Justiça, Josimar alegou que o rival havia sido eleito em uma assembleia sem quórum. O argumento funcionou, mas a liminar não chegou a ser cumprida. Houve o assassinato.
Associados passaram a apontar o grupo de Valdemar como culpado. A contenda enfraqueceu a turma ligada a Lobão. Fragilizado, em outubro de 2008 Falcão pediu à Justiça do Pará que determinasse intervenção na Coomigasp. A desembargadora Maria Rita Lima Xavier aceitou o pedido e coube a Lobão, à época ministro de Minas e Energia, indicar o interventor. A parceria com a Colossus seguiu firme.
Velho amigo. Lobão indicou como interventor um velho amigo, o coronel da reserva do Exército Guilherme Ventura, ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI). Ele fora secretário de Segurança Pública do governo de Lobão no Maranhão, em 1993 e 1994 , e tem no currículo ações de repressão a movimentos de posseiros.
Quando Ventura apareceu no garimpo, em 2008, a Colossus tinha fechado o primeiro contrato com a Coomigasp, que garantia à empresa participação de 51% na sociedade para extrair ouro.
Ventura enviou ofício à Justiça propondo varrer o povoado de Serra Pelada, transferindo os 7 mil habitantes para outra área. Fez uma lista de supostos criminosos do garimpo - todos contrários ao acordo com a Colossus.
Um dos mais destacados opositores do acordo com a empresa morreu em fevereiro de 2009. O corpo de José Ornédio de Lima, o Zé da Padaria, de 46 anos, e 0 da sua mulher, Vânia, foram encontrados no casebre em que viviam. A polícia concluiu que Vânia, em depressão, teria matado o marido e depois se suicidado.
A versão é contestada pelos antigos aliados de Zé da Padaria, também acusados de violência. Integrante de uma caravana de Imperatriz (MA) escalada para defender o contrato com a Colossus, Manoel Batista Oliveira morreu quando o ônibus em que viajava foi alvejado por atiradores, perto da entrada do garimpo.
Assessor eleito. Em janeiro de 2009, Ventura conduziu uma eleição para escolher o novo presidente da Coomigasp. O vencedor foi Gessé Simão, ex-vereador de Imperatriz e homem de confiança de Lobão, que nos anos 1980 assessorou o ex-deputado e ex-prefeito de Imperatriz Davi Alves Silva - assassinado em 1992.
Foi com Gessé no comando da cooperativa que a Colossus conseguiu fechar, em setembro de 2009, um aditivo aumentando para 75% a sua participação no negócio. Dois meses depois, o presidente da Coomigasp disse aos associados que haviam sido feitas "alterações" no contrato. Elas foram aprovadas por unanimidade.


Para lembrar
O senador Edison Lobão (PMDB-MA) atuou em várias frentes pela reabertura de Serra Pelada. Primeiro, articulou para formalizar a Coomigasp como proprietária do garimpo. Em 2007, ele conseguiu que o governo convencesse a Vale, até então detentora da mina, a transferir à cooperativa os seus direitos de exploração no local. Em 2009, já com Lobão ministro de Minas e Energia, a Vale cedeu à Coomigasp mais 700 hectares de área. Na sequência, garimpeiros ligados a Lobão assumiram a entidade em um processo conturbado e violento. Nessa época, foi fechado o contrato entre a cooperativa e a empresa canadense Colossus, constituída por um emaranhado de pessoas judídicas, mas, na prática, controlada por brasileiros com ligações estreitas com o próprio Lobão. A Vale afirma não se interessar pela exploração da área.

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