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quinta-feira, 31 de março de 2011

Com a venda da Vale do Rio Doce entregaram as maiores minas brasileiras, as de Carajás


Existiam 100 razões para Roger Agnelli não presidir a Vale, DOADA por preço miserável. E outros 100 motivos para não ser expulso agora. Com a liderança, aval e comando do Bradesco?

É uma pena que os prédios da Tribuna estejam interditados. Sem energia, telefone, computador, quase 3 anos sem limpeza. Impossível chegar perto até das escadas. Cito o fato, pois gostaria de reproduzir pelo menos uma parte do que escrevi nos tempos daDOAÇÃO.
Os chamados órgãos de comunicação se omitiram, se esconderam, não deram uma palavra de protesto. Já era época da globalização, se refugiaram nos subterrâneos da adesão glorificada e magnificamente remunerada.
A Comissão de DESESTATIZAÇÃO, por onde passaram fortunas dos bens doados, teria merecido antes uma CPI e continua merecendo. Agora, pela DOAÇÃO e pelo domínio da politicagem interna e financeira, comandada e beneficiada pelo Bradesco.
E a Vale não foi sequestrada, emparedada e destruída nos tempos da DOAÇÃO. Pelo menos 30 anos antes já era uma propriedade feudal de Eliezer Batista, que dominava e controlava a empresa, também doando seus  principais minérios, pelos mesmos preços aviltantes.
Eliezer DOAVA os bens da Vale, parceladamente, mas mantinha a empresa, era mais lucrativa para ele. FHC DOOU a empresa de uma só vez, o mesmo preço vergonhoso, trilhava caminhos diferentes do “dono” da empresa.
Entregaram a preços vis todo o manganês do Amapá, dominado depois (coincidência ou reincidência no crime financeiro?) por José Sarney. De 1956 a 1961 (quando passei para a Tribuna de papel) no bravo Diário de Notícias escrevi dezenas, dezenas mesmo, de artigos revelando os roubos perpetrados, que palavra, pelo poderoso Eliezer Batista. Os navios que levavam o raríssimo minério, quase que exclusivamente existente no Brasil, eram descarregados no porto de Nova Iorque, bem lá no fundo, escondidos, para que poucos soubessem.
Mas eu tinha tantos informantes privilegiados, que publicava a identificação dos navios, os números da faturas, por quanto era miseravelmente faturada essa riqueza do Brasil. Antes e depois do golpe de 1964, ninguém interferia com Eliezer.
Eliezer não deixou a presidência da Vale, por um dia que fosse. Mas viajava muito e até morava no exterior. Na então União Soviética e depois, dois anos na Alemanha. Foi casado com uma alemão, confiram o nome dos filhos. E não era só isso.
Fundou uma empresa “concorrente”, a Icomi, que atuava no mesmo campo da Vale. Faturava horrores, vendendo minérios que não possuía. Denunciei tudo, com dados extraordinários, nada acontecia, Eliezer era intocável, inqualificável, indomável. Seus lucros aumentavam, inflacionavam sua geografia bancária, ao mesmo tempo assustavam e impediam que alguma providência fosse tomada, pelo menos para puni-lo.
Quando FHC e seus grupos daDESESTATIZAÇÃO decidiram entregar tudo, Eliezer já estava desinteressado, velho e rico demais. E cuidara a herança, que foi transferida de forma perdulária e criminosa como fora tramada.
Desaparecido e desinteressado Eliezer, surgiram os tempos da pós-doação, de Agnelli e do Bradesco. Os malabaristas do banco de SP indicaram um funcionário para presidir, controlar e dividir a Vale com eles. Acontece que o “planejamento” criminoso continua sendo um crime, mas os lucros não coincidem com o que foi planejado. O funcionário Agnelli virou patrão, como confiar nas pessoas?
Desconfiado co a atuação de Agnelli, o Bradesco fez acordo com a maior acionista,a Previ, propriedade dos funcionários do Banco do Brasil, displicentemente conduzida. Apesar dos resultados terem melhorado, lá no Bradesco continuava a desconfiança em relação à conduta de Agnelli.
Mesmo com a Previ subjugada, o Bradesco, numa eventual votação, não conseguiria maioria. Decidiram então obter “maioria majoritária”, sem investir coisa alguma, nem precisaram pensar (?) muito para chegarem à conclusão: “A solução é o BNDES”. Maravilha, acertaram como se estivessem atirando com um fuzil de mira telescópica, da mesma qualidade da que assassinou Martim Luther King a 1 quilômetro de distância. (“Tenho um sonho”).
Fizeram os cálculos, para controlar a empresa, precisavam comprar ações da Vale no total de 200 milhões. Mas como era a 4 por cento AO ANO, pediram e conseguiram 242 milhões. Que maravilha viver.
São no Brasil, os maiores possuidores de bônus da chamada DÍVIDA INTERNA, pela qual recebem, no momento 11,75% ao ano (e já se sabe que neste abril que está chegando, a remuneração pelo que chamam de Taxa Selic, vai passar dos 12 por cento).
***
PS – Só que esses compradores estão sentindo um “frio na espinha”. O governo tem que pagar (na verdade é AMORTIZAR) no mínimo, no mínimo, 180 BILHÕES por ano.
PS2 – O que significa que precisamECONOMIZAR no que dizem que é DÉFICIT PRIMÁRIO (o único país que tem essa anomalia) 15 BILHÕES mensais.
PS3 – O Secretário do Tesouro comunicou à própria Dona Dilma: “Em janeiro, acumularam 2 bilhões e 200 milhões. Em fevereiro, 2 bilhões e 600 milhões”. Quer dizer: 4 bilhões e 800 milhões, quando já deveriam ter“ECONOMIZADO” 30 BILHÕES.
PS4 – A conclusão é simples: Dona Dilma vai indo bem na superfície, mas pessimamente no planalto. E o cidadão continua pagando ao Bradesco 9 por cento ao mês e 241 por cento ao ano. A Polícia, onde está a Polícia?

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Brizola Neto denuncia rapina do nióbio


Deputado Federal do PDT, neto de Leonel Brizola, fala da defesa dos recursos naturais,da sua trajetória política e da luta contra a exploração das multinacionais.

Gilberto Felisberto Vasconcellos
 “Caros Amigos”: Que questões envolvem o nióbio no Brasil?

Brizola Neto: Toda indústria de alta tecnologia é altamente dependente do nióbio, não tem turbina de avião, não tem turbina de termoelétricas, não tem oleoduto se não tiver nióbio, porque ele é anticorrosivo. E o dado importante, é que justamente 95% das reservas de nióbio do mundo concentram-se só nas minas amazônicas, onde está demarcada a Reserva Raposa do Sol, sem serem exploradas. Há uma mina em atividade em Araxá, Minas Gerais, uma associação do grupo Moreira Sales com o grupo Rockefeller, a Cia. Brasileira de Mineração de Metais-CBMM. que vendem internacionalmente o nióbio a um preço abaixo do custo. Fato grave é que mesmo sendo o único exportador no mundo deste minério estratégico, o nosso país não é sequer capaz de determinar o preço do nióbio no mercado externo. Nos momentos de baixa dos valores das comodites como ocorre na crise atual, o preço da extração e do refino fica superior ao valor em que é cotado na bolsa de Londres, em média U$ 90 o kilograma. Na jazida atualmente mais explorada, em Araxá, Minas Gerais, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) pertencente ao grupo Moreira Salles associado a multinacional MOLYCORP, do grupo Rockefellerr, exporta 90% do nióbioo extraído. Isso é mais um exemplo deplorável da simbiose da burguesia nativa com os interesses das grandes corporações multinacionais que engordam o imperialismo. Com o deputado mineiro José Fernando Aparecido, a gente tem lutado na Câmara por um novo marco regulatório na questão mineral no Brasil. Dá mais de um trilhão de dólares o nióbio que você tem hoje na Amazônia. Isso com preço estipulado lá na Bolsa de Londres, abaixo do custo, sem levar em conta a importância que tem o nióbio hoje na indústria, principalmente na indústria de ponta. É mais um caso da história de 500 anos de espoliação internacional do Brasil.


Renato Pompeu: A sua intervenção no Congresso teve repercussão na mídia?

Brizola Neto: Olha na grande mídia a gente pode dizer que essa repercussão ela realmente não acontece, e ai a gente entende inclusive as pressões que deve haver dos grandes grupos multinacionais nesse sentido, talvez os grandes anunciantes e sustentadores da grande mídia. Só para dar um exemplo, nós fizemos uma convocação na Comissão de Minas e Energia, requerimento meu e do deputado José Fernando Aparecido, convocando, para que se explicasse esse processo de privatizações da Companhia Vale do Rio Doce, o ex-presidente Fernando Henrique, o ministro das Minas e Energias na época do governo Fernando Henrique, o senhor Roger Agnelli, que comprou a Vale, para explicar por que a venderam pelo preço de seis meses do seu faturamento. E mais, o mais grave, a Constituição Federal diz que quem detém o solo não detém o subsolo, que o subsolo é patrimônio da União, e junto com a venda da Vale do Rio Doce entregaram as maiores minas brasileiras, as de Carajás, exploradas pelo senhor Roger Agnelli.

Renato Pompeu: A CBMM tem interesse em que não sejam exploradas as reservas de nióbio de Roraima, que estão nas terras indígenas. Mas a direita militar divulga na Internet que a demarcação contínua das terras indígenas foi feita para possibilitar a exploração do nióbio de Roraima por empresas estrangeiras.

Brizola Neto: Acho que uma questão não inviabiliza a outra. Nesse primeiro momento há essa pressão clara da CBMM para não desvalorizar a exploração do nióbio na mina que ela tem em Araxá, porque é uma exploração muito mais difícil do que a exploração que é possível hoje na Amazônia. Mas eu concordo plenamente que essa demarcação, além de atender o interesse imediato da CBMM, num futuro próximo, ela vai atender ao interesse internacional de que empresas estrangeiras se instalem ali para fazer a exploração do nióbio brasileiro.

Wagner Nabuco: Mas lá no Congresso, como é que você sente a repercussão, quem está mais para a posição sua e do PDT, quem fica mais em cima do muro, quem combate mais? Como que é isso lá?

Brizola Neto: Hoje, eu acho que é um pouco difícil você identificar dentro do Congresso, através de partidos políticos, quais são os grupos nacionalistas. Você tem hoje nacionalismo espalhado em vários partidos e, infelizmente, talvez seja a fração minoritária de cada um desses partidos com algumas exceções. Até mesmo no campo da esquerda você tem partidos que não compreendem a questão do nacionalismo, preferem estar afiliados a doutrinas externas.