sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Roraima reserva indígena Raposa/Serra do Sol, se transformou numa verdadeira “favela indígena”.

A questão indígena no Brasil tem servido a movimentos de esquerda e a certas ONGs como pretexto na luta contra o direito de propriedade, o que tem prejudicado os próprios indígenas. 
O índio Silvestre Leocádio da Silva viu injustiças verde-vermelhas contra os índios e a natureza
O índio Silvestre Leocádio da Silva viu injustiças verde-vermelhas contra os índios e a natureza

É uma das revelações que narra nesta entrevista Silvestre Leocádio da Silva, 66, antigo tuxaua (cacique, na língua macuxi). 

Ele dá o exemplo da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, que se transformou — após sua demarcação e consequente expulsão dos antigos moradores — numa verdadeira “favela indígena”.

A mídia vezeira em noticiar alarmismos eco-ambientalistas, ela não o é quando se trata de denúncias sobre a ação criminosa de ONGs, por vezes ditas católicas, e organizações oficiais que manipulam os índios para investirem contra propriedades particulares. 

Eis um depoimento revelador do caráter subversivo “vermelho” comuno-tribalista da revolução ecologista que está sendo feita no Brasil, “para salvar o planeta”.

Revolução Tribalista sob investigação

Catolicismo — O senhor é índio macuxi?

Silvestre — Sim, tenho duas etnias no meu sangue: meu pai é macuxi e minha mãe é ingaricó.

Catolicismo — Qual é a situação hoje da Raposa/Serra do Sol, depois da saída dos arrozeiros e dos senhores de lá?

Silvestre — Uma tragédia. Se não fosse essa tragédia, hoje os índios estariam muito bem, ganhando dinheiro, recebendo projetos do Governo Federal, do Governo do estado, na Raposa/Serra do Sol, com 1.750.000 hectares.

Mas o Governo Federal simplesmente abandonou a população indígena. E não foi só a da Raposa/Serra do Sol não, foi em todo o estado de Roraima.

Catolicismo — E os ianomâmis, o senhor tem notícias deles?

Silvestre —  Os ianomâmis estão aí ao léu, andando pelas ruas de Boa Vista com vassouras no ombro para trocar por um calção, por uma camisa, por vestidos para suas mulheres. 
O futuro era promissor. Mas, subitamente, em nome do índio
os índios foram jogados na pior das misérias

Eles andam em grupos o dia todo aí pelas ruas da cidade. Então, cadê o dinheiro do Governo Federal? Demarcaram aquelas terras para os índios, ou para o Governo Federal ou para as ONGs?

Como índio, eu queria ter o prazer de hoje dar uma entrevista e dizer que o índio está muito bem com as terras demarcadas, que o índio está ganhando dinheiro, que o índio está na tecnologia, que o índio está participando do progresso brasileiro, do progresso de Roraima. 

O que se passa é o contrário. Os índios estão abandonados, e não são só os da Raposa/Serra do Sol. É triste quando você vê os ianomâmis aí passando fome, passando necessidade, sem remédio e sem educação.

Catolicismo —  E as ONGs não têm feito nada por eles? Pois, além do Governo Federal, através da FUNAI havia ONGs fazendo muito barulho...

Silvestre — Eu não conheço vocês e vocês não me conhecem... A gente está aqui conversando, mas se vocês pegarem um avião e forem a Santa Rosa ou ao Maracá, lá em cima, de onde eles tiraram os garimpeiros por duas ou três vezes, lá está um grupo de americanos, instalado lá com casa, rádio, televisão, tem de tudo. 

Eles estão lá, mas os brasileiros não podem se instalar lá. Há um grupo lá que se diz missionário...

Os índios da Raposa/Serra do Sol estão todos aí pedindo educação, pedindo saúde, pedindo estrada, porque eles não têm estrada, não têm pontes; eu os vi fazendo essa reivindicação para a governadora daqui do estado. Com um monte de papel na mão, fazendo pedido: querem estrada, querem ponte, não têm dinheiro.

E quem criou o problema com a demarcação foi o Governo Federal. Agora, por que o Governo Federal não aperta as ONGs, os padres, os missionários? 

Cadê o dinheiro que eles trouxeram para demarcar e por que não continuam aplicando esse dinheiro lá dentro? Porque lá dá de tudo! Se plantar, dá! 

Mas como é que o índio vai plantar se não tem apoio? Se não tem maquinário? Se não tem técnica? O índio está lá abandonado!

O governo federal simplesmente demarcou e abandonou! 
Índio macuxi Adalto da Silva num lixão sem emprego,  teve que deixar Raposa/Serra do Sol
Índio macuxi Adalto da Silva num lixão sem emprego,
teve que deixar Raposa/Serra do Sol
Aqui no município de Alta Alegre, próximo de Boa Vista, nós temos 11 comunidades com terras demarcadas em ilhas, não tem nada dado pelo Governo Federal para que esse povo tenha dias melhores, para que esse povo tenha um bom relacionamento, que não tem.

Catolicismo — Tivemos informações de que na Raposa/Serra do Sol — talvez o senhor conheça mais especialmente o assunto — o Conselho Indigenista de Roraima, ligado à CNBB, estaria ajudando os índios. O senhor sabe como vão funcionando as coisas por lá?

Silvestre — Na verdade é assim: quem tem, tem, quem não tem, não vai ter. Há um gado que foi doado pela Igreja Católica, que na época ficou para poucas comunidades, para algumas comunidades. E a maioria ficou sem nada. 

O Governo do estado, na ocasião também doou um pouco para cada um, mas hoje eles estão vendendo tudo para se manter, para comprar arroz, açúcar, feijão, comprar de tudo.

Eu vejo eles vindo aqui na cidade; vão aí nesses mercados, e têm que comprar de tudo, até a banana eles levam. É triste!

Catolicismo —  Extrativismo eles não fazem mais? Extrativismo, caça, pesca... 

Silvestre — Olha, não tem mais nada lá. Tem para aqueles que moram perto do rio, aqui próximo de Boa Vista. Porque esses rios lá em cima são rios de cachoeira, não têm peixe. 

E a caça não existe mais, acabou. Existe muito pouquinho. Eles têm de comprar aqui. No Uiramutã, por exemplo, os marreteiros levam de tudo daqui para vender para eles lá. 

Levam peixe, levam galeto e eles são obrigados a pagar um preço absurdo. Aqui na capital já está tudo caro. 

O marreteiro que sai daqui pra vender lá, só pode vender caro. Então, agora está difícil a vida para os índios de lá.



 Como a revolução comuno-ambientalista está destruindo o Brasil e até os próprios índios,...
http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/2016/03/quando-um-cacique-fala-toda-verdade.html

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Pobre do país que depende apenas de UM juiz! "O Poder Mundial e Minérios"


O Regime Militar em 1964 restaurou a Democracia no Brasil, mantendo firme e inabalável o Estado Democrático de direito: Dr. Sérgio Moro
https://www.youtube.com/watch?v=rNWxnO7Qa5A
adendo 06/08/2016
Dra, Rosa Conte, Bautista Bauptista Vidal, Dr. Daltro Garcia Pinatti
https://www.youtube.com/watch?v=dvzGQYtbIQA
A Guerra de 5a. Geração!  22/07/2016 Dr Ribas Paiva
https://www.youtube.com/watch?v=WI7Y5ORE8Nk


" O Poder Mundial e Minérios" Cel Edmir (Video 4)

https://www.youtube.com/watch?v=qKrh9vY1j_c



segunda-feira, 4 de julho de 2016

QG do narcotráfico na América do Sul

  • Parece que ninguém percebeu que os membros da cúpula das FARC ficaram riquíssimos com o narcotráfico e  agora com o direito de ir e vir assegurado aumentarão o tráfico de cocaína. Se esse acordo de cessar foto tivesse acontecido durante o governo do PT, o QG do narcotráfico seria instalado no Brasil. ,
  • Uma grande área da plantação de coca foi descoberta em ação conjunta das polícias do Brasil e do Peru. A plantação foi feita em áreas de índios ticunas, que vivem na região de fronteira entre os dois países. Como o “Cartel dos Sóis”  tendo no comando Diosdado Cabello, não produz folhas de coca, não processa pasta nem refina cocaína, então sua presença resultou um tanto difusa para os corpos de segurança e comunicadores que investigam o tráfico de drogas na Venezuela, América Latina e no mundo [1].

Desmobilização das FARC terá duas zonas de concentração de guerrilheiros desmobilizados e de armas próximas à fronteira com o Brasil
Por Roberto Lopes
O Ministério da Defesa da Colômbia anunciou, nesta sexta-feira (24.06), as 23 unidades federativas (“veredas” na nomenclatura do Estado colombiano) que servirão como “zonas transitórias de normalização”, com a função de receber os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) desmobilizados e os seus armamentos.
Duas dessas áreas estão consideravelmente próximas da fronteira com o Brasil: Puerto Colombia, no departamento de Guainía – situado exatamente sobre a projeção do território amazonense normalmente identificado como “Cabeça do Cachorro” (ou Terra Indígena Içana-Ajari) –, e San José Del Guaviare, no centro-leste do território colombiano.
  • A área próxima ao Brasil foi deliberadamente escolhida pelas FARC. Coincidência? claro que não! Também é fato que as reservas indígenas estão sendo usadas para plantio de coca (além das pistas de pouso e reabastecimento).
Puerto Colombia está situado uns 300 km ao norte da localidade brasileira de Cucuí – junto à tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Colômbia –, onde o Exército brasileiro mantém um Pelotão de Fronteira.
Planície de Guainía, ao norte do território amazonense conhecido como “Cabeça do Cachorro”
 em vermelho, cabeça do cachorro - Brasil
San Jose Del Guaviare fica a pouco menos de 300 km da “Cabeça do Cachorro”, e a uns 700 ou 800 km da cidade amazonense de São Gabriel da Cachoeira, principal enclave militar brasileiro no extremo noroeste do país.
ONU – Nessas 23 zonas de normalización atuarão, pelo prazo de 180 dias, os destacamentos das Nações Unidas incumbidos de cumprir o plano de controle da desmobilização batizado de Mecanismo de Monitoreo y Verificación.
A organização das “zonas transitórias” está a cargo do recém-criado Comando Estratégico de Transição das Forças Militares colombianas, chefiado pelo general Javier Alberto Florez Aristizábal, que responde diretamente ao comandante geral das Forças Militares, general Juan Pablo Rodríguez Barragán.
Em oito das 23 zonas funcionarão, além disso, campos de recolhimento de armamentos e outros equipamentos da guerrilha. Um desses perímetros está sendo montado em Puerto Colombia, povoado que fica diretamente sobre a fronteira da Colômbia com a Venezuela.
Os deslocamentos das colunas de guerrilheiros até as “zonas transitórias de normalização” obedecerão a protocolos militares e prazos ajustados previamente, para que não haja um agravamento da inquietação entre os habitantes da área rural colombiana.
Guerrilheiros das FARC em uma área próxima a Bogotá
O país vizinho da Colômbia que tem o maior número de “zonas de normalização” próximas da sua fronteira é o Equador, com quatro: Cauca, Nariño, Putumayo e Caquetá.
Em 2012 o Centro Nacional de Memória Histórica publicou um informe intitulado “Basta já! Colômbia: memórias da guerra e dignidade”, onde expuseram o alcance e o dano social causado pelo conflito.
Entre os anos de 1958 e 2012 a guerra na Colômbia deixou mais de 218 mil mortos e 25 mil desaparecidos, além de 9 mil presos políticos. As forças paramilitares de extrema direita fizeram mais de 173 mil vítimas.
As desocupações violentas atingiram, no período de 1985 a 2012, mais de 10 milhões de colombianos. Enquanto massacres deixaram mais de 156 mil pessoas mortas.
http://www.planobrazil.com/desmobilizacao-das-farc-tera-dois-pontos-de-concentracao-para-o-recebimento-de-guerrilheiros-e-de-armas-proximos-a-fronteira-com-o-brasil/
[1] General Villas Boas.

Putin e ambientalistas aliados contra Ocidente

O ativismo verde tem outra face: debilitar os países livres e favorecer a ascensão da nova-URSS. Se a Europa aplicar o fracking, sua dependência do gás russo acaba! 
Corbyn e Putin, o líder trabalhista, admirador de Marx aliado ao reciclado coronel da KGB.
Corbyn e Putin, o líder trabalhista, admirador de Marx aliado ao reciclado coronel da KGB.



Quando, em junho de 2014, o ex-secretário geral da NATO Anders Fogh Rassmussen denunciou que a Rússia estava financiando o movimento anti-fracking no Ocidente, a gritaria dos militantes ambientalistas foi geral.

Órgãos da mídia e políticos tidos como sisudos julgaram ser uma aliança contra natura. 

Porém, uma investigação levada adiante pela Washington Free Beacon and Environmental Policy Alliance revelou aquilo que o movimento verde não queria que fosse revelado. Steve Komarnyckyj fez um apanhado para a agência Euromaidan.

Uma fundação, a Sea Change, canalizava os financiamentos provenientes do círculo mais íntimo de Putin para três grandes grupos ambientalistas: o Sierra Club, o National Resources Defense Council e a League of Conservation Voters.

Em troca, o movimento verde ecoava largamente a propaganda russa em favor da invasão armada da Ucrânia. O site Resistência Popular, dos ativistas verdes Margaret Flowers e Emanuel Sferios, foi característico.

O próprio Partido Verde americano agia essencialmente como um lobby visando bloquear em Washington toda ajuda ao país invadido.

Um exemplo na Inglaterra é Oliver Tickell, que trabalha para “The Ecologist”, uma das mais importantes publicações ambientalistas do país.

Essa revista recebeu dinheiro de E.Lebedev, proprietário de vários jornais ingleses e filho de um dos “oligarcas russos” mais ricos do mundo sediado em Moscou. Tickell fez de The Ecologist um vaso comunicante que veicula a desinformação russa e inventou que a “nova Rússia” está sendo difamada.

Satish Kumar, ex-monge indiano e ex-militante pacifista, fundador do Resurgence Trust, é um dos ambientalistas midiaticamente mais promovidos no mundo e outro exemplo da aliança do radicalismo verde com o ditador russo, cita Komarnyckyj.


O ativismo verde tem outra face: debilitar os países livres e favorecer a ascensão da nova-URSS
O ativismo verde tem outra face: debilitar os países livres e favorecer a ascensão da nova-URSS.
Militantes ambientalistas não faltam na listagem dos esquerdistas companheiros de viagem de Moscou. Tampouco estão ausentes as relações institucionais entre os dois totalitarismos.

Os principais fios de comunicação entre Moscou e Londres passam pelo líder do Partido Trabalhista britânico Jeremy Corbyn, admirador de Karl Marx, e organizações pacifistas como ‘Stop the War UK’ e ‘The People’s Assembly’ estão entre as beneficiadas.

Amigos do poderoso líder trabalhista marxista ganharam nelas espaço, mas nem por isso deixam de falar no canal Russia Today, que finge ares direitistas para passar enganosamente as mensagens do Kremlin.

Em fevereiro de 2014, o Partido Verde britânico alinhou-se imediatamente contra o movimento Maidan pela liberdade da Ucrânia. A disputa não tinha muito a ver com a ecologia, mas era estratégica para o patrão da “Nova Rússia”; e os devaneios ambientalistas ficaram postos de lado.

Os verdes ingleses somaram-se a seus congêneres norte-americanos contrários ao imperialismo capitalista anglo-saxão que estaria tentando tirar a Ucrânia das mãos da Rússia.

Oliver Tickell, jornalista da BBC, acima mencionado, aparece com frequência em programas que apoiam os interesses do gigante petrolífero russo Gazprom.

Os interesses hegemônicos do Kremlin ficaram por cima do “aquecimento global” e de outras montagens nas quais nessa hora os radicais ambientalistas mostraram não acreditar.

Tickell tampouco hesita em aparecer do lado dos “negacionistas” da mudança climática quando os benefícios de Putin estão em jogo.

O caso do fracking é típico. Com o gás e o petróleo de xisto, a Europa pode tornar-se energeticamente independente e até esquecer-se dos árabes, como estão fazendo os EUA.

Mas se a Europa aplicar o fracking, sua dependência do gás russo acaba!

E enquanto não acabar, o fracking e os combustíveis fósseis não convencionais estão derrubando os preços do único provento importante da “Nova Rússia”!


Um herdeiro de Marx do trabalhismo inglês, Jeremy Corbyn, é grande elo com o Kremlin.
Um herdeiro de Marx no trabalhismo inglês, Jeremy Corbyn, é grande elo com o Kremlin.
Então, a sabotagem verde do fracking no Ocidente é necessária e premente para salvar Putin e a própria Gazprom. E o coro estridente dos verdes contra o frackingfunciona sob a batuta de Putin.

No Russia Today,Tickell fez a apologia da anexação da Crimeia e deu apoio incondicional ao fraudulento referendo “popular” para ser engolida pela “nova URSS”.

Tickell não critica a extração de combustíveis fósseis na Sibéria, embora deblatere contra esses combustíveis no Ocidente.

É assim que agentes de influência bem pagos nas esquerdas e no movimento ambientalista ecoam a propaganda do Kremlin.

Eles são campeões em espalhar o pânico a respeito das armas nucleares, mas guardam um silêncio cúmplice quando Putin – e até a China e a Coreia do Norte – ameaçam jogá-las contra o Ocidente.

Agindo assim, conclui Komarnyckyj, um império invasor é posto por cima de sua vítima colonizada, e uma Nomenklatura de oligarcas e cleptocratas “ex-“agentes da KGB esmaga o povo russo.

Corbyn, líder do Partido Trabalhista inglês, o Partido Verde britânico e as organizações pacifistas e ecologistas financiadas por Moscou agem contra aquilo que dizem proteger: o meio ambiente e a natureza.

Na verdade, o trabalho da Washington Free Beacon and Environmental Policy Alliance e o comentário de Steve Komarnyckyj não trazem muita novidade.

Mas fornecem dados concretos para aquilo que há anos nós estamos denunciando neste blog: o velho comunismo fracassado se metamorfoseou e adotou a cor verde para dissimular seu retorno

domingo, 3 de julho de 2016

http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/2016/07/ambientalistas-e-putin-aliados-contra.html

segunda-feira, 23 de maio de 2016

“CPI do CIMI” desvenda estarrecedora subversão comuno-missionária pintada de verde ambientalista

Posted: 22 May 2016 01:30 AM PDT
Fazenda Buriti invadida e incendiada por índios, em Sidrolândia (MS)
Fazenda Buriti invadida e incendiada por índios, em Sidrolândia (MS)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs



O verde a nova cor do comunismo? Isso não é muito exagero? – comenta por vezes algum objetante – Pode ser que alguns tresloucados fale ou façam coisas amalucadas a propósito de ecologia e meio-ambiente, mas sempre será algo colateral e episódico!

Não! – pode acrescentar um leitor logrado – não se pode achar que por trás do ambientalismo radical possa haver uma ideologia de tipo comunista, um marxismo travestido após a debacle da URSS!

Tampouco pode se supor uma organização com milionário financiamento internacional, uma articulação que usa a fraude e a malícia para introduzir uma nova religião afim com o marxismo, e que para isso manipula as causas da natureza e das tribos indígenas para subverter o Brasil e o mundo!

Ainda mais irreal, continua o imaginário objetante, é supor que essa crença, ou religião, de fundo comunista pretenda acabar com o progresso, extinguir a civilização e a cultura como nós a conhecemos, e reduzir a humanidade a uns míseros bandos que vagueiam pelas florestas ou pelos desertos desnutridos, adoentados, como se esse fosse o ideal dos filhos de Deus!

Também soa absurda e inexequível a compensação que seria oferecida pelos arautos dessa utopia malsã.

Quer dizer, a promessa ébria de um homem integrado na natureza que é cultuada como se fosse um deus, panteísta e ecumênico. Um novo relacionamento com o planeta pautado por gurus-profetas que auscultariam as mensagens que vêm das entranhas mais profundas e quentes da Mãe Terra enviados por um espírito que os habitaria!

Ah!, não, não, não! Isso é muito exagero, positivamente há muito engano no blog “Verde: a nova cor do comunismo”!

Em numerosos posts, anos a fio, temos procurando atender a essa compreensível dificuldade. Compreensível, pois quem iria imaginar que bandeiras de defesa da ordem natural, em si mesmas tão simpáticas, iriam ser manipuladas para conduzir ao polo oposto daquele a que deveriam levar.

CPI do CIMI aprovou relatório final.
CPI do CIMI aprovou relatório final.
Entrementes, das centenas de documentos que temos reproduzido, citado ou comentado em nosso blog, nunca tivemos em mãos um de uma tal gravidade, autoridade e com um tal volume de informações como o Relatório Final da “CPI do CIMI”, do qual apresentamos as conclusões a continuação, dentro do espaço limitado de um blog.

A “CPI do CIMI”


A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (“CPI do CIMI”) sobre as atividades naquele estado do Conselho Missionário Indigenista (CIMI) órgão ligado à Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O texto completo pode ser lido ou descarregado no site da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul neste endereço.

O Relatório final teve como Relator o deputado estadual Paulo Correa – (PR/MS). Integraram a Comissão os deputados Mara Caseiro (presidente, PSDB-MS), Marquinhos Trad (vice-presidente, PSD-MS), Onevan de Matos (PSDB-MS) e Pedro Kemp (PT-MS), com a assessoria jurídica dos advogados Gustavo Passarelli da Silva (OAB/MS 7602) e Pedro de Castilho Garcia (OAB/MS 20.236).

O inquérito foi aberto em setembro de 2015. O colegiado realizou 25 reuniões de trabalho e 36 depoentes passaram pelo plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS).

O Relatório final foi aprovado pelo plenário do Legislativo sul-mato-grossense na terça-feira 10 de maio de 2016.

Reproduzimos a continuação as CONCLUSÕES FINAIS.


CONCLUSÕES FINAIS E ENCAMINHAMENTOS


Como fiz questão de ressaltar no início do relatório, as provas inicialmente encaminhadas e que serviram para a constituição do fato determinante, já eram [página 205] indícios fortíssimos da participação do CIMI na incitação à violência e a invasão de propriedades privadas

A análise de todas as demais provas do processo, notadamente os depoimentos prestados em audiências realizadas nesta Casa de Leis, foi importantíssima na formação do convencimento deste relator da efetiva participação do CIMI nos atos mencionados na denúncia.

Mais do que isso, foram importantes para desvendar um nefasto plano de desestabilização do agronegócio, das instituições, dos poderes constituídos, por parte do CIMI.

Um plano muito bem arquitetado, que teve início em 1972 com a Convenção de Barbados, em que foram definidas as molas mestras da atuação do CIMI no Brasil, e por conseguinte, no Mato Grosso do Sul.

Em consulta ao site do CIMI é possível verificar sua forma de atuação:

Dom Leonardo Ulrich, secretário geral da CNBB, antropóloga Lúcia Helena Rangel e Tito Vilhalva, da etnia Guarani Kaiowá, no lançamento do Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil. Foto: Antonio Cruz /Agência Brasil
Dom Leonardo Ulrich, secretário geral da CNBB, antropóloga Lúcia Helena Rangel
e Tito Vilhalva, da etnia Guarani Kaiowá, no lançamento do Relatório de
Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil. Foto: Antonio Cruz /Agência Brasil
O CIMI é um organismo vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que, em sua atuação missionária, [página 206] conferiu um novo sentido ao trabalho da igreja católica junto aos povos indígenas.

Criado em 1972, quando o Estado brasileiro assumia abertamente a integração dos povos indígenas à sociedade majoritária como única perspectiva, o CIMI procurou favorecer a articulação entre aldeias e povos, promovendo as grandes assembleias indígenas, onde se desenharam os primeiros contornos da luta pela garantia do direito à diversidade cultural.

O objetivo da atuação do CIMI foi assim definido pela Assembleia Nacional de 1995:

“Impulsionados(as) por nossa fé no Evangelho da vida, justiça e solidariedade e frente às agressões do modelo neoliberal, decidimos intensificar a presença e apoio junto às comunidades, povos e organizações indígenas e intervir na sociedade brasileira como aliados (as) dos povos indígenas, fortalecendo o processo de autonomia desses povos na construção de um projeto alternativos, pluriétnico, popular e democrático.”

Os princípios que fundamentam a ação do CIMI são:

– o respeito à alteridade indígena em sua pluralidade étnico-cultural e histórica e a valorização dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas;

– o protagonismo dos povos indígenas sendo o CIMI um aliado nas lutas pela garantia dos direitos históricos;

– a opção e o compromisso com a causa indígena dentro de uma [página 207] perspectiva mais ampla de uma sociedade democrática, justa, solidária, pluriétnica e pluricultural.

E para esta nova sociedade, forjada na própria luta, o CIMI acredita que os povos indígenas são fontes de inspiração para a revisão dos sentidos, da história, das orientações e práticas sociais, políticas e econômicas construídas até hoje.

Verifica-se que dentre os princípios fundamentais do CIMI não está o respeito à ordem estabelecida, aos poderes constituídos, à legislação e à Constituição Federal da República.

O desrespeito à soberania, aos poderes constituídos, às instituições, a utopia, a teimosia e a ousadia, condutas assumidamente adotadas pelo CIMI, são a marca indelével de sua atuação.

No caso do Mato Grosso do Sul verifica-se que o plano de atuação começa com a chegada dos membros Nereu Schneider, Olivio Mangolin e Maucir Pauletti.

Dom Roque Paloschi, atual presidente do CIMI, durante a 54ª Assembleia Geral da CNBB, Aparecida. Foto: Augusta Eulália Ferreira
Dom Roque Paloschi, atual presidente do CIMI,
durante a 54ª Assembleia Geral da CNBB, Aparecida.
Foto: Augusta Eulália Ferreira
Através da solicitação de vultosos recursos para a invasão de propriedades [página 208], passaram a frequentar as comunidades indígenas para causar a cizânia, a descrença, a desesperança.

Ao mesmo tempo, cuidam de fomentar publicações, como a de Antônio Brant, a respeito da Nação Guarani, um texto pouco ou quase nada ufanista, mas extremamente perigoso, porque serviu de base para vários antropólogos elaborarem seus laudos em processos demarcatórios.

O mesmo se pode dizer para a publicação realizada por Maucir Pauletti, membro do CIMI, em que tenta atribuir a causa dos suicídios pelos indígenas à falta de terras, como que a profetizar que a salvação estava no aumento de suas territorialidades para, posteriormente, apresentar a solução: isso se dá através da luta, da desconsideração das legislações nacionais, enfim, da desobediência.

Foi através de atos como esses que na década de 90 iniciam-se esse conjunto de ações concatenadas cujo nefasto efeito agora é notado.

O Estado Brasileiro não pode se quedar inerte, impávido, diante de tamanha agressão a sua soberania.

As condutas constatadas e provadas no presente procedimento [página 209] são da mais alta gravidade.

Trata-se de incitação ao crime, à desobediência, ao ódio, ao sectarismo, enfim, todos os ingredientes necessários para que uma nação democrática sucumba, como em muitos outros exemplos na história já foi possível notar.

E não se esmoreçam os que ouvirem os gritos, lamúrias e ironias em sentido contrário, de que não se passam, conclusões como as alcançadas neste relatório, de um cenário fantasioso, excessivo e conspiratório, pois é justamente esse o argumento sempre utilizado em todas as ditaduras, sistemas autoritários, para dissipar a resistência da sociedade.

Faço aqui uma consideração em relação às comunidades indígenas, que também julgo, como os produtores rurais, os grandes prejudicados pelas condutas praticadas pelo CIMI.

Os produtores rurais, de quem cuidarei mais a seguir, foram e estão sendo prejudicados de forma irreversível pelo CIMI. [página 210]

continua no próximo post: Produtores e indígenas vitimados pela conduta subversiva do CIMI
http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/2016/05/relatorio-final-da-cpi-do-cimi-desvenda.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+VerdeACorNovaDoComunismo+(Verde:+a+cor+nova+do+comunismo)

terça-feira, 17 de maio de 2016

Catalão Goias é devastada pela Mineração nas terras raras

Mineração devasta Catalão
Compartilho a seguir um interessante texto publicado na última segunda-feira, dia 16 de março de 2015, no site Brasil de Fato, que levanta algumas questões preocupantes acerca da relação entre a atividade mineradora em Catalão, os crescentes casos de câncer em nossa cidade e o impacto na qualidade do solo e das águas, conforme pesquisa feita pela Universidade Federal do Mato Grosso. Ao final, compartilho um Twitte do nosso prefeito que coloca uma pulga atrás da orelha de quem se animou com a informação, divulgada com bastante alarde pela prefeitura, de uma autuação de 28 milhões de reais sofrida pelas mineradoras pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Confira:

Mineração devasta Catalão 
A cidade de Catalão – cerca de 260 km da capital Goiânia – vem sofrendo um colapso social em várias áreas por conta da mineração. Falta de água, poluição do ar e aumento de casos de câncer são apenas alguns dos problemas que estão afetando a população da cidade.
Com seu subsolo rico em níquel, nióbio, fosfato e os chamados minerais de terras raras, Catalão tem olhado a riqueza ser extraída pelas empresas Anglo American e Vale Fertilizantes. Em troca, recebe apenas o prejuízo desse processo.
No campo, a população idosa tem sido a mais afetada pela mineração. Muitas famílias centenárias estão sendo expulsas de seus territórios por conta da expansão das atividades das mineradoras.
Ademais, os proprietários rurais têm vivido constantemente com a problemática da deterioração do solo, da seca de suas nascentes, riachos e fontes hídricas que acarretam a impossibilidade da agricultura e a morte de animais. Isso sem mencionar o risco de transbordo de barragem de rejeitos das mineradoras e a destruição de florestas nativas.
Na cidade, a poluição do ar, que inclusive passou a ser chamado de “cheiro de barata” toma conta de parte dos bairros ao entardecer.
Diante desse cenário a Anglo e a Vale se defendem com falácias culpando a falta de chuva pela escassez de água e se esquivando das responsabilidades das partículas poluidoras lançadas no ar de Catalão.
Visita
A casa de dona Glória na zona rural de Paraíso do Alto está ajeitada, café feito, toalha de mesa aprumada. Típica casa hospitaleira da roça quando vai receber visita. Numa tarde quente do interior goiano, chegam quatro funcionários da Anglo American: dois geólogos especialistas em hidrologia vindos de Belo Horizonte, um geólogo da empresa de Catalão e um jornalista. Escutam atentamente as reclamações da comunidade sobre o problema de falta de água e soltam, no mesmo momento, a razão da crise hídrica na cidade de Catalão e Ouvidor.
Segundo os funcionários, a dificuldade pela pouca água, que antes corria em abundância pelos rios e córregos da região, faz parte de uma crise mundial do recurso hídrico e pela falta de chuva que acomete a zona rural goiana.
Depois de muitos tapinhas nas costas e sorrisos sorrateiros, os funcionários da Anglo se despedem com ar de missão cumprida.
Entretanto, a Anglo American esqueceu que, em Catalão, desde 1913, existe uma estação que monitora o volume de chuvas que cai na região. Diante da desculpa sem nexo da mineradora, pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) foram verificar as informações contidas no aparelho de medição.
“Com base no que os funcionários da Anglo falaram, fomos pesquisar os dados e fizemos uma tabulação. O resultado é que, há cem anos, temos o mesmo volume de chuvas, uma média anual de mil e quatrocentos milímetros de água”, revela o geógrafo e presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), seção Catalão, Gabriel Melo Neto.
Para o professor, a mineradora tentou ludibriar a população. “Não tem nada a ver a falta de água com pouca chuva e o argumento que o problema de Catalão e Ouvidor tem a ver com uma dinâmica mundial cai por terra, pois nós temos uma quantidade de chuva que se mantém ao longo dos anos”, completa.
O secretário municipal de Meio Ambiente aponta a verdadeira problemática. “Há um indicativo de que a forma de trabalho das mineradoras com escavação de mais de cem metros de profundidade altera a qualidade da água dos mananciais e a quantidade de água da região, como é o caso, por exemplo, do que ocorre no entorno da mina Boa Vista explorada pela Anglo American”, esclarece.
O secretário aguarda um estudo hidrológico da região solicitado junto ao Ministério Público para conclusões mais exatas sobre a escassez de água em Catalão.
Reinventar a vida?
A mineração em Catalão também tem imposto a um campesinato envelhecido uma reinvenção de vida quase impossível, como morar e trabalhar na cidade. É o caso do senhor Antônio, da comunidade do Alto Paraíso na região de Ouvidor.“Meu avó nasceu aqui, meu pai herdou a área e eu e meus irmãos todos fomos criados aqui, e eu permaneci aqui até hoje, mas estou vendendo minha terra para Anglo American”, conta.
Quase aos 80 anos e com uma história familiar de aproximadamente dois séculos sobre seu território, Antônio se prepara para se despedir do local.“Não tenho mais água potável, tenho que trazer da cidade, só esse ano já perdi 11 cabeças de gado com a seca na minha propriedade rural. Não tem mais como viver aqui”, desabafa.
Antônio, que conheceu de perto todas as nascentes, riachos e córregos de Paraíso do Alto divide a vida em antes e depois da mineração.
“Depois das mineradoras é que a vida começa a mudar aqui, pois acabam as águas, diminuiu muito os córregos para pesca, as cachoeiras que embelezavam o lugar eram cheias de lambari, bagre. Acabou tudo”, lamenta.
Se a perfuração do lençol freático e o intensivo uso de água na atividade de mineração tem determinado o fim da água da comunidade de Paraíso do Alto, por outro lado, outras tantas famílias da zona rural tem sofrido com a inundação, devido à mudança de curso de rios e transbordamento das barragens de rejeitos.
É o caso dos trabalhadores rurais de Mata Preta. O rio da propriedade do senhor Agripino sofreu uma cheia por conta das mudanças ambientais causadas pela atuação da Vale Fertilizantes, que vem modificando drasticamente o meio ambiente da região.
“Matou todas as árvores que tinha ao redor do rio, minha plantação afogou em meio a tanta água, além da contaminação dos rejeitos da Vale que têm vazado para cá”, explica.
No seu vizinho, o gado vive morrendo em meio a um atoleiro misturado de lama e rejeito da Vale. A paisagem é de um imenso lago sujo que parece que vai engolir a casa do sítio e o curral a qualquer momento.
“Ser vizinho de mineração é uma desgraça, olha só esse mar de sujeira avançando sobre a criação de minha propriedade”, reclama Firmino apoiado numa bengala.
A dúvida dele é a de todos: “Para onde vou? Aqui, daqui um tempo, não vai dar mais! Para cidade? Nunca vivi lá, aqui alimento da minha terra e lá na cidade? Vou fazer o quê? Já estou velho demais para ser importunado por uma mineradora, quero paz!”.
Uma pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Catalão (SEMMAC) em 24 propriedades rurais constatou que o principal problema é a escassez e poluição da água, muito barulho e poeira provocada pelas mineradoras.
O secretário Marcelo Mendonza demonstra preocupação com os casos de inundações agrícolas provocados pelas mineradoras. “Existe uma grande quantidade de lagoas de rejeitos, que contaminam muito, alagam propriedades, mas infelizmente não sabemos exatamente quantas lagoas foram feitas pelas empresas nesses últimos anos”, relata.
Mineradoras multadas
Se no campo, a mineração tem determinado a morte do ciclo da vida de uma população centenária de Catalão e Ouvidor, na cidade os terminais industriais da Anglo e da Vale têm jogado nos pulmões dos catalanos impurezas nada saudáveis.
Situação que levou as mineradoras a serem notificadas no dia 27 de fevereiro para pagarem uma multa no valor de R$ 28 milhões. De acordo com a SEMMAC, ambas as empresas seriam as responsáveis pela poluição que em Catalão já foi apelidada de “cheiro de baratas”.
As investigações vêm do ano passado, quando a população chegou a denunciar o caso ao Ministério Público, que desencadeou o processo. À época, os técnicos chegaram à conclusão de que a poluição atingia certas regiões do município, de acordo com o vento e sua intensidade.
O mau cheiro é sentido principalmente em bairro mais altos, como Ipanema, Margon e em parte do Nossa Senhora de Fátima.
A Vale Fertilizantes foi autuada em R$ 10 milhões pela poluição atmosférica. Já a Anglo, de acordo com a SEMMAC, foi autuada em R$ 10 milhões pela poluição e mais R$ 8 milhões por poluição gerada na mina Boa Vista, em que, de acordo com o documento, emite partículas quatro vezes mais do que o permitido.
Este mês, a Anglo recebeu outra notificação. Dessa vez, aplicada pelo Ministério Público, que em ação civil pública, propôs multa de R$ 5 milhões por danos ambientais, na construção de uma represa de contenção.
“Nós conseguimos mapear e comprovar que essa poluição atmosférica tem origem no polo minero-químico da Anglo e da Vale”, assegura o secretário Marcelo Mendonça.
Câncer
A contaminação do ar e do solo levou Catalão, segundo estudos realizados pelo Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a ser a cidade com maior incidência de câncer no estado de Goiás.
A pesquisa, ao analisar os prontuários médicos do sistema público de saúde da cidade entre os anos de 2005 e 2006, identificou que a doença majoritariamente se localiza nos órgãos do sistema respiratório e digestivo.
“As notificações de neoplasias malignas do sistema respiratório passaram de 1,5% em 2005 para 11,5% em 2006. Quanto ao sistema digestivo, a prevalência passou de 10% em 2005 para 16,5% em 2006”, aponta a análise.
Na conclusão, o documento afirma: “A epidemiologia do câncer no município de Catalão, Goiás, sugere associações entre as atividades econômicas desenvolvidas na cidade, como a mineração e a agropecuária, e a prevalência de tumores localizados no sistema respiratório e digestivo”.
Para o geólogo e presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), seção Catalão, Gabriel Melo Neto, o estudo mostra a despreocupação das mineradoras com as populações do campo e da cidade de Catalão e Ouvidor.
“As mineradoras estão envenenando a água e o solo, portanto, estamos comendo comida contaminada, além do ar que respiramos, que está cheio de partículas inadequadas para população, por isso, a incidência de câncer no pulmão e no estômago do catalano.”

Há alguns dias atrás foi divulgado com alarde pela Prefeitura de Catalão que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente fez "algo nunca feito nas gestões anteriores" que foi autuar as mineradores pela poluição causada por suas atividades. Sem dúvida, assim que a reportagem do Brasil de Fato se tornar mais comentada na cidade o trecho abaixo vai ser destacado em propaganda de rádio, tv e internet, como exemplo de medidas corajosas tomadas para resguardar a saúde do povo:

Situação que levou as mineradoras a serem notificadas no dia 27 de fevereiro para pagarem uma multa no valor de R$ 28 milhões. De acordo com a SEMMAC, ambas as empresas seriam as responsáveis pela poluição que em Catalão já foi apelidada de “cheiro de baratas”.

Seria realmente um alento, afinal já não é possível recuperar o meio ambiente degradado e a saúde de quem já ficou exposto por mais de 30 anos às atividades poluentes, ao menos seria uma garantia de que os responsáveis seriam punidos. Pena que essa informação tenha que ser visto com um pé atrás, afinal como acreditar na seriedade dessa medida se num dia a Prefeitura multa as empresas em 28 milhões e no outro um dos diretores multados se encontra com o Prefeito e o Secretário de Meio Ambiente? 
 

É o equivalente ao lobo encontrando-se com os porquinhos após ameaçar derrubar a casinha deles: "Eu vou soprar, vou soprar muito forte e sua casa irá voar, mas antes vamos nos encontrar para a um acordo podermos chegar".

Ou não, afinal são relações republicanas de um prefeito com as empresas que atuam na cidade. Algo perfeitamente normal, ético e cabível nessa situação, sem possibilidade de nenhum conflito de interesse ou favorecimento de nenhuma parte.

Ganha um perfume com cheiro de barata quem acreditar de verdade nessa história.

 
Compartilhe:

http://oquetodomundoquerfalar.blogspot.com.br/2015/03/mineracao-devasta-catalao.htm