ADENDO 2023: 'NO BRASIL NÃO EXISTE PUNIÇÃO PARA BANDIDOS DE COLARINHO BRANCO)
...segunda-feira (20/03/2023), uma importante reunião ocorreu na sede da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM, envolvendo a diretoria da estatal e dirigentes da Eco Minning Oil & Gaz Drilling and Exploration Eireli, empresa sediada em Porto Grande/AP. Participaram da reunião: o administrador da Eco Minning Oil & Gaz Drilling and Exploration Eireli, João Luis Pulgatti, o geólogo da Eco Minning, Osmar Martins, o presidente da CBPM, Henrique Carballal, o diretor técnico da estatal, Manoel Barretto, o diretor administrativo e financeiro da Companhia, Inácio Mattos, o chefe de gabinete da CBPM, Carlos Borel e o geólogo da CBPM, Washington Ridz. A produção anual mínima é de 50.000 (cinquenta mil) toneladas de minério de ferro. http://www.cbpm.ba.gov.br/pesquisa-complementar-de-minerio-de-ferro-e-pauta-de-reuniao-entre-a-cbpm-e-a-eco-minning/ NO AMAPÁ - MACAPÁ REDUTO DO DESCAMINHO
Em julho de 2004, a Polícia Federal apreendeu no interior do Amapá, na caçamba de uma caminhonete, 18 sacas de um mineral granulado escuro muito mais pesado do que aparentava ser. O material, examinado depois nos laboratórios da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), era um composto de urânio e tório, minérios altamente radioativos que abundam em jazidas encravadas no extremo Norte brasileiro. Estava ali o fio da meada para a descoberta de uma das mais obscuras máfias em atuação no País, com braços internacionais e especializada na extração clandestina e na comercialização ilegal de urânio. Nas duas últimas semanas, ISTOÉ avançou nesse explosivo terreno. Conheceu a realidade das minas onde garimpeiros põem suas vidas em risco, expostos à radiação, e desvendou uma investigação que, até aqui, vinha sendo tratada como segredo de Estado. São centenas de horas de gravações telefônicas feitas pela polícia que revelam por dentro o funcionamento da máfia, desde a extração do minério nos garimpos situados em plena selva amazônica até as negociatas encabeçadas por quadrilhas que exportam o urânio para clientes tão misteriosos quanto elas próprias – e, muitas vezes, com o respaldo de autoridades constituídas e políticos. Além de brasileiros, estão sob a mira das polícias irlandesa, russa e alemã supostos integrantes de uma conexão que, segundo os investigadores, estaria levando o minério para países da Europa, Ásia e África, em particular a Rússia e a Coréia do Norte. O Palácio do Planalto já recebeu o alerta de que, daqui, o urânio pode estar indo parar, também, nas mãos do terrorismo internacional.
No rastreamento da teia de relações mantidas pelos traficantes, a polícia chegou
ao nome de Haytham Abdul Rahman Khalaf [2], libanês apontado como o elo com o grupo extremista islâmico Hamas. Na ponta brasileira da trama, até agora a Polícia Federal já identificou três grupos especializados no tráfico de urânio. Todos com base em Macapá.
O principal deles tem como testa-de-ferro o empresário João Luís Pulgatti, dono de um pool de empresas de mineração que consegue autorização oficial para pesquisar jazidas de ouro, mas que, na prática, explora e negocia minério radioativo. Por trás de Pulgatti está John Young, 58 anos, irlandês naturalizado canadense que diz representar no Brasil os interesses de uma companhia internacional de mineração. A partir de 2004, Young passou a ser sócio das empresas de Pulgatti. De olho nas jazidas e com dólares para investir, a parceria do estrangeiro com o brasileiro avançou. Em agosto do ano passado, o canadense destacou um geólogo para visitar minas no Amapá. Queria comprar uma área de mil hectares que, segundo as conversas grampeadas pela polícia, guarda nada menos que 50 mil toneladas de minério radioativo. Provavelmente de tório e urânio. “Pode mandar o seu pessoal lá checar, trazer amostras e analisar”, diz o dono da área a Pulgatti, encarregado de cuidar das negociações. Pelas terras, o grupo pagaria US$ 1,2 milhão. As escutas revelam que, fora os planos para ampliar a exploração direta de urânio, a dupla tem toda uma estrutura para comprar minério radioativo. Espalha garimpeiros em lugares estratégicos e tem preferência na compra do que for encontrado. Segundo a polícia, outro grupo especializado na aquisição de urânio é encabeçado por Robson André de Abreu, dono de madeireiras, de uma mineradora e de um conhecido restaurante de Macapá. A exemplo de Pulgatti, ele possui uma rede de fornecedores de urânio. O terceiro “grupo criminoso”, como escrevem os agentes nos relatórios secretos obtidos por ISTOÉ, é chefiado por um homem até agora identificado apenas como Nogueira. Ao longo da investigação, os policiais descobriram que o negócio é infinitamente maior que aqueles 600 quilos apreendidos há quase dois anos. Nas escutas, surgem negociações de até dez toneladas.
geólogo José Guimarães Cavalcante [7]
A máfia do urânio também tem um braço no poder público. Os grampos da Polícia Federal registraram conversas em que o geólogo José Guimarães Cavalcante, braço direito de João Pulgatti, revela o auxílio de um senador da República para desencravar no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Brasília, um processo em que se buscava autorização para pesquisa de minério. O senador em questão é Papaléo Paes, do PSDB do Amapá [3]ele (um advogado de nome Luís Carlos) ia falar amanhã com o Papaléo pra pedir pra ele ver se segunda-feira ele vai logo lá falar com o diretor-geral (do DNPM), porque assim ele manda publicar isso”, diz Guimarães a um interlocutor, de nome Édson. Mais adiante, ele festeja: “O caminho do doutor Papaléo foi exatamente os orixás que abriram para solucionar o meu problema.” Também conhecido como Zé do Mapa, José Guimarães já foi diretor do distrito do DNPM no Amapá. Acabou afastado após investigação da própria Polícia Federal. Ao mesmo tempo que ocupava o cargo, ele era dono de garimpos no Estado. O atual diretor do distrito, João Batista Picanço Neto, é outro que foi sugado para dentro da investigação. Ele aparece falando com um dos sócios de Pulgatti. Dá orientações sobre como aprovar processos de lavra e indica o funcionário que pode resolver o problema. O interlocutor acolhe a orientação e evidencia a existência de algo suspeito no ar. “Vou procurá-lo pessoalmente. Isso não se fala por telefone”, diz. A investigação envolve até o procurador da República, que estava encarregado de acompanhar o caso. José Cardoso, um dos representantes do Ministério Público Federal no Amapá [5], passou a ser investigado depois de ter sido citado nas conversas grampeadas. Numa delas, um homem não identificado diz que ele o ajudaria a resolver em Brasília uma pendência burocrática no DNPM. “O dr. José Cardoso levou meu processo em mãos para Brasília e me garantiu que ele mesmo ia falar com o diretor-geral”, afirma o homem em conversa com o sócio de uma das empresas investigadas. Além de ter aparecido nos grampos, Cardoso tem algo mais a explicar. Até o mês passado, José Guimarães, o ex-diretor do DNPM pilhado no contrabando de urânio, trabalhava como funcionário de seu gabinete. Como passou a ser alvo, o procurador foi afastado do inquérito. Há, ainda, outras autoridades e políticos na mira da polícia. Entre eles, um deputado estadual, Jorge Salomão (PFL), e um ex-deputado federal, Sérgio Barcellos.
O esquema é organizado e envolve cifras significativas. Os grupos trabalham com o auxílio de engenheiros e geólogos. Quando os garimpeiros encontram minério radioativo, submetem pequenas amostras a técnicos que certificam os teores exatos de urânio de cada carregamento. É o que vai indicar o valor do material. O quilo de torianita, que os negociantes preferem chamar de “material pesado”, ou simplesmente “pedra”, para evitar problemas, é vendido em dólar. Varia de US$ 200 a US$ 300. As empresas envolvidas no negócio lucram com a atividade, mas na prática não passam de firmas de fachada. Em Macapá, ISTOÉ foi averiguar o endereço declarado à Receita Federal pela Uniworld Mineração, teoricamente uma das principais empresas do grupo de Pulgatti e do canadense John Young. No lugar, numa rua enlameada de um bairro periférico da cidade, está um barraco de madeira. A pobreza do endereço é inversamente proporcional à vida que levam os cabeças do esquema. Nas escutas, eles aparecem comprando caminhonetes importadas e fazendo orçamento até de avião. Para driblar as autoridades, os estratagemas incluem mudanças constantes dos números de telefone. E as reuniões costumam ser em lugar ignorado, que nas ligações interceptadas eles chamam de “base” ou “batcaverna”. Mesmo com os dribles, a Polícia Federal tem tudo para desmantelar o esquema em breve. A operação, batizada de “Ouro Negro” em referência à cor e ao valor do material radioativo, mobiliza agentes da superintendência de Macapá, da Diretoria de Inteligência e da Divisão Anti-Terrorismo. Já há mais de uma centena de investigados. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também acompanha o caso, por ordem do Planalto.
O urânio, menina-dos-olhos dos traficantes e alvo principal da investigação, é parte da composição da torianita, minério que mais parece uma areia grossa e escura. Cada quilo do material chega a ter 80 gramas de urânio e 750 de tório, igualmente radioativo e também prejudicial à saúde. A extração, o transporte e o armazenamento são feitos na surdina, para driblar a lei – afinal, exploração de minério radioativo é monopólio da União. A maior concentração das minas está na região central do Amapá, num triângulo formado pelos municípios de Porto Grande, Serra do Navio e Pedra Branca. Por ser mais próximo da capital, Macapá, localizada a 110 quilômetros e com ligação por rodovia asfaltada, Porto Grande funciona como uma espécie de entreposto do tráfico. É para lá que é levada boa parte da produção que sai dos garimpos. A rota a seguir é variada. O minério segue de carro para Macapá ou do garimpo é levado de barco até o Oiapoque, na ponta norte do Estado. Depois, vai para a Guiana Francesa, de onde é despachado para outros países. Rússia, Coréia do Norte e países do continente africano são alguns dos destinos sob investigação. Nos grampos, há referência até a um estoque de oito toneladas que estaria sendo mantido no interior de São Paulo.
Em Porto Grande, embora seja um dos motores da economia local, urânio é palavra proibida. Ainda mais agora que a Polícia Federal começou a apertar o cerco. “O quê? Nem me fale de urânio, isso tá dando problema. A Federal tá em cima”, responde o comerciante Antônio Teixeira Lima ao ser perguntado se sabia de alguém que pudesse ter urânio para vender. O medo de contaminação, porém, não é tão grande quanto o medo da polícia. Atravessadores e garimpeiros costumam guardar o material até mesmo dentro de casa ou do quintal. Em fevereiro, a polícia apreendeu 500 quilos de torianita nos fundos do barraco onde o fiscal da prefeitura Estevam dos Santos Nascimento vive com cinco filhos, o menor com três anos. “Sempre tem gente com material escondido por aí”, diz um morador da vila, sem se identificar. Num dos garimpos da região do Cupixi, a 186 quilômetros de Macapá, no meio da selva, falar em urânio é pedir para encerrar a conversa. “Aqui não tem isso não, é proibido”, desconversa o maranhense João Moraes, 36 anos. Ressabiado, ele só fala de ouro. Ouro negro, ao menos diante de estranho, nem pensar. Pode ser polícia [1].
NOTAS:
[1]http://istoe.com.br/21854_O+CONTRABANDO+DO+URANIO+BRASILEIRO/
[2] Khalaf 38 residia há cinco anos em Dom Pedrito Uruguai e possui três lojas de vestuário no município, na residência do libanês, a polícia encontrou comprovantes de transferências de dinheiro para o Egito. Ele pegava as informações de seus clientes e usava para falsificar os cartões da loja Quero-Quero. Para o esquema, Khalaf contava com ajuda do brasileiro Moacir Godoy Dias. Os dois causaram prejuízos no comércio de Bagé, Dom Pedrito, Uruguaiana e Santana do Livramento. responde a dois inquéritos na Polícia Federal (PF), por contrabando e estelionato, em Naviraí (MS) e Foz do Iguaçu (PR), na tríplice fronteira Brasil, Argentina e Paraguai. E que, em 2004, ele foi citado durante uma investigação da PF de contrabando de minério radioativo no Amapá. E que teria ligações com o movimento extremista Hamas, que atua nos Territórios Palestinos. http://www.coisasjudaicas.com/2011/04/militante-do-grupo-hezbollah-e-preso-em.html
[3] Além da manifestação do presidente do Senado, Renan Calheiros, o pronunciamento do senador Papaleo recebeu apartes de 27 senadores. Todos se solidarizaram com o colega: Arthur Virgílio (PSDB-AM), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), César Borges (PFL-BA), Rodolpho Tourinho (PFL-BA), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Alvaro Dias (PSDB-PR), Leonel Pavan (PSDB-SC), Tião Viana (PT-AC), Cristovam Buarque (PDT-DF), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Augusto Botelho (PDT-RR), Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS), Almeida Lima (PMDB-SE), Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Romeu Tuma (PFL-SP), Ney Suassuna (PMDB-PB), Flávio Arns (PT-PR), José Agripino (PFL-RN), João Tenório (PSDB-AL), Heráclito Fortes (PFL-PI), José Jorge (PFL-PE), Paulo Paim (PT-RS), Romero Jucá (PMDB-RR), Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) e Sibá Machado (PT-AC). Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado) http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2006/05/16/papaleo-paes-refuta-acusacoes-sobre-envolvimento-com-contrabando-de-uranio-no-amapa
[4] Operação Soldner, como foi batizada pela PF, acontece nos estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Tocantins e Distrito Federal.
A investigação começou a partir de uma denúncia de venda de material radioativo, minério de urânio, para grupos extremistas ligados ao terrorismo. Segundo a PF a quadrilha já movimentou em torno de R$500 milhões, e possui dois grupos distintos, um responsável pela extração e venda dos minérios e outro responsável pela lavagem do dinheiro decorrente da venda dos minerais contrabandeados. De acordo com as investigações o minério contrabandeado deixava o Brasil e passava por países como Portugal, Bélgica e Israel, até chegar a Dubai.
[5] Membro do MPF no Amapá é promovido ao cargo de Procurador Regional da República
6. http://www.prap.mpf.mp.br/noticias/noticia.php?cdnoticia=3008
7. geólogo José Guimarães Cavalcante chefe do
órgão na empresa DNPM; Trabalhou como
Geólogo na empresa Governo do EX-Território do Amapá; Estudou FUI
ACADEMICO DO URSO DE DIREITO,SEM QUE TENHA CONCLUIDO na instituição de ensino
Centro de Ensino Superior do Amapá - CEAP; Estudou
CONCLUSÃO GEOLOGIA na instituição de ensino Universidade de fortaleza-UNIFOR; Estudou
CONCLUSÃO- ADM.SÓCIO AMBIENTAL na instituição de ensino IMMMES\AP; Frequentou
COLÉGIO AMAPAENSE E COLEGIO ESTADUAL SOUZA FRANCO; Mora em Macapá.
8. João Luis Pulgatti é uma pessoa que vive em Macapá, Brasil. Localização - Macapá, Brasil; Empresa - BRAZ GOLD LTDA Clique para revelar (Como fachada venda de tênis, agasalhos importados); Telefone - Número de telefone não disponível Clique para revelar;\ Nome completo JOAO LUIS PULGATTI; Data de nascimento 11 06 1965; Município de nascimento CANOAS / RS; Nacionalidade Brasileira; Gênero Masculino; Estado civil Casado; Grau de instrução Ensino médio completo.
9. https://mudancaedivergencia.blogspot.com/2020/12/amapa-quadrilhas-que-retiram-uranio.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário