Colaborador: Cel Manoel Soriano Neto
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Caríssimos amigos:
A Imprensa vem publicando importantes artigos acerca da grave problemática do Campo de Lançamento de Alcântara. Dentre esses, gostaria de ressaltar o competentíssimo trabalho de Ronaldo Schlichting (de nosso grupo Atitude), publicado na revista do Clube Militar nº 391, de janeiro do corrente ano, de título "Centro de Lançamento de Alcântara - Uma Falha Muito Mal Explicada".
O articulista relembra as duas falhas ocorridas com o lançamento de dois "Veículos Lançadores de Satélites" (VLS), nos meses de dezembro de 1997 e 1999, ambas pelos mesmos motivos, sendo estranhíssima a rápida assinatura do "Acordo" com os Estados Unidos, meses após, ou seja, em abril de 2000. Restou, após arguta e inteligente argumentação de Ronaldo, para ele e para todos nós, a grande dúvida que o autor da matéria levanta: "O "acordo" foi assinado porque os VLs explodiram ou os VLs explodiram para o "acordo" poder ser assinado?" O Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, em matéria publicada no jornal "A Folha de São Paulo", de 02/02/02, a respeito da política de dominação dos Estados Unidos para o continente, afirmou que as ações daquele país possuem três vertentes: a política, a econômica, e a militar; nesta última, os americanos pregam o desarmamento das Forças de Defesa dos Estados e estimulam a instalação nos respectivos territórios, de Bases Militares suas (relembremos da existência de 20 bases aéreas e de radar no "arco amazônico", como nos deu conta, o jornal "Zero Hora", de Porto Alegre/RS, de 25 de março de 2001).
É lógico que Alcântara transformar-se-á, caso vigore o lesivo Acordo assinado com os Estados Unidos, na vigésima primeira Base daquele país, na América do Sul. Por isso, é perigosíssimo negociar-se um Acordo em que o Brasil, logicamente, não tem condições de denunciá-lo, sob o risco sofrer graves retaliações militares e econômicas.
Alegam que a questão comercial nada tem a ver com os problemas de soberania, militares ou estratégicos, sendo certo que em todas as partes do mundo, as empresas comerciais dos países hegemônicos, nada mais são do que tentáculos do complexo militar -industrial dos mesmos. Será que os ingênuos somos nós, que amamos o Brasil? Sabe-se que Bush II está reeditando o "Projeto Guerra Nas Estrelas", de Reagan, nele incluindo a Europa do Norte e a América do Sul. Quanto à América do Sul, a inclusão é para a detecção de mísseis iraquianos, os quais, no máximo em 10 anos, poderão atingir a costa leste dos Estados Unidos, em linha reta.
Para interceptar esses futuros "scuds", eles precisam das Bases de Aruba-Curaçao (norte da Venezuela) Ascensão e Alcântara, sendo que já dispõem das duas primeiras. À época, insinuaram que tal concepção estratégica e prospectiva, era paranóia ou histeria de "falsos nacionalistas"; conexo a isto,acerca de atentados terroristas que poderíamos (e podemos)sofrer, desmentindo autoridades governamentais que julgavam ser a suposição, fruto de mentes paranóicas, o Presidente da República declarou, após os atentados de 11 de setembro de 2001, que também acreditava que o Brasil poderia ser alvo desses atentados. Ora, a Base de Alcântara, no futuro, caso os norte-americanos lá se instalem, definitivamente, será o alvo preferencial de terroristas internacionais e nacionais...
O "jornal do Grupo Inconfidência", de janeiro de 2002, nº 44, publicou interessante artigo de título "A Verdade sobre Alcântara" de autoria do Coronel Roberto Monteiro de Oliveira. No mencionado artigo, o militar contesta declarações do Engenheiro Múcio Dias, Presidente da Agência Espacial Basileira, concluindo que o "Acordo Sardenberg" coloca "em perigo de lesão" a soberania e a integridade territorial brasileiras, em face das cláusulas anti-soberania embutidas no seu texto inicial. Nunca é demais relembrar das palavras do relatório do douto Deputado Waldir Pires, "in verbis": "Os dispositivos do texto são abusivos, descabidos, ofensivos à soberania nacional e comprometem definitivamente o futuro do Programa Espacial Brasileiro. Ademais, aqueles dispositivos são meras salvaguardas políticas, ditadas exclusivamtne pelos interesses estratégicos dos Estados Unidos, e que não representam, realmente, salvaguardas tecnológicas" (aliás, esta foi também a opinião do renomado "Instituto de Engenharia", do Rio de Janeiro, como nos informou o jornalista Cláudio Humberto, em 28 de janeiro de 2002, no "Jornal de Brasília".
Também considera o Acordo lesivo aos interesse nacionais, uma das mais categorizadas entidades volvidas para a Ciência e Tecnologia, a "Sociedade Brasileira Para O Progresso Da Ciência" - SBPC. Tais posicionamentos precisam ser levados em consideração pela Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, que, brevemente, apreciará a matéria antes de ela ser submetida ao Plenário). Ainda a respeito do Deputado Waldir Pires, este parlamentar declarou para "O Globo", de 17 de janeiro de 2002, comentando o Acordo assinado com a Ucrânia, o seguinte: "Dessa maneira, o Presidente rasga o Acordo com os Estados Unidos, que liquidava o Brasil e o impedia de participar do promissor mercado do espaço aéreo. Ia trocar tudo por um aluguelzinho mixuruca que os americanos iam pagar". Diga-se, que em 31 de outubro do ano passado, o Acordo Brasil - Estados Unidos foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, por unanimidade, com as onze ressalvas do relatório de Waldir Pires. Algumas autoridades que apóiam o prejudicial protocolo em comento, vêm afirmando, petulantemente, que o que foi acertado, nada mais é do que um acordo comercial, como tantos outros. É claro que essa afirmação, propositadamente ou não, relega a plano secundário, a História do Brasil, na qual se constata a cobiça internacional pela região amazônica e outras partes de nosso território, desde o século XVIII.
A comparação, em relação a Alcântara, deve ser feita, isto sim, com outros "acordos", rejeitados pelos patriotas, no passado, como o de 1948, do "Instituto da Hiléia Amazônica", quando o nacionalista Deputado e ex-Presidente Arthur Bernardes foi um dos maiores propugnadores para que os planos da Unesco, não viessem a prosperar. Como em 1967, alusivo ao "Plano Mar Mediterrâneo Amazônico" ou "Dos Grandes Lagos", do Sr. Hermann Khan. Como em 1945, após a guerra, quando o Vice-Almirante Jonas Ingram solicitou ao Brigadeiro Eduardo Gomes, que propusesse ao Presidente do Brasil "uma administração mista, acima da soberania nacional", para as Bases do Nordeste Brasileiro, tendo aquele insigne brasileiro bradado, na mesma hora: "Never!". Como em 1955, em relação à ocupação de Fernando de Noronha pelos norte-americanos(onde instalariam uma Base, como tantas outras, chamadas de "forward bases" - como poderá vir a ser Alcântara), em que um dos maiores defensores de nossa soberania foi o Deputado Federal pelo PTB/SP, General Leônidas Cardoso, pai do atual Presidente. Esses, sim, é que seriam os verdadeiros parâmetros de comparação e não tantos outros termos de meros acordos que são acertados, comercialmente, a todo instante...
O reducionismo a simples enfoques econômicos, financeiros e de comércio, de um complexo problema, sem que se considerem outros fatores como os jurídico-constitucionais(outro futuro capítulo, a ser por nós comentado, posteriormente, e que poderá invalidar tudo o que for acordado), os militares, os estratégicos e os históricos - tudo imbricado, naturalmente, - é, no mínimo, a evidência de uma visão caolha para uma gravíssima questão que atinge violentamente a soberania nacional. Eram essas as considerações que deixo à apreciação dos caros amigos,no intuito de que, cada vez mais, robusteçam o sentimento de brasilidade que nos acompanha desde Guararapes aos dias atuais. Solicito que divulguem esta mensagem. Brasil acima de tudo! O mais amigo dos abraços do Soriano
Colaborador: Cel Manoel Soriano NetoMembro acadêmico da AHIMTB
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O contra-almirante reformado Roberto Gama e Silva, sugeriu, a criação pelo governo do Brasil da Organização dos Produtores e Exportadores de Nióbio (OPEN), nos moldes da Organização dos Produtores de Petróleo (OPEP), a fim de retirar da "London Metal Exchange (LME) o poder de determinar os preços de comercialização de todos os produtos que contenham o Nióbio. O mínério é vendido no Brasil isento de imposto ICM pela Lei Kandir, e sem aprovação do modelo econômico que beneficie o Brasil.
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
A PROBLEMÁTICA DO CAMPO DE LANÇAMENTO DE ALCÂNTARA
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