Djalma Guimarães (1894-1973) |
Djalma Guimarães nasceu em Santa Luzia (MG), em 1894, onde iniciou seus primeiros estudos, transferindo-se, posteriormente, para o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Formou-se engenheiro de minas e civil no ano de 1919, na Escola de Minas em Ouro Preto. Como cientista, atuou em quase todas as áreas das geociências. Na mineralogia, realizou diversos estudos analisando e descrevendo novos minerais especialmente, os nióbo-tantalatos. Descreveu dois meteoritos: Serra do Magé (PE), em 1927, juntamente com Luciano Jacques de Moraes, e, em 1958, o Patos de Minas, (MG), que foi recolhido no córrego do Areado. Demonstrou preferência pela PE, iniciando em 1929 o estudo das rochas graníticas, desenvolvendo uma nova concepção da gênese delas. O resumo dessas idéias foi publicado em 1938, na Alemanha, sob o título Das problem der Granitbildung. Essa publicação, por ter sido lançada ao mesmo tempo que as de H. G. Backlund, reabriu a polêmica sobre a gênese das rochas, o que o fez conhecido como um dos pais da Teoria da Granitização. A geoquímica foi outro campo em que Djalma Guimarães se destacou, como pioneiro no Brasil. Na direção do Instituto de Tecnologia Industrial de Minas Gerais (ITI), criou um laboratório de análises espectroquímicas, tendo sido autor de 240 publicações nos diferentes campos da geologia. Vários outros temas da geologia foram abordados por Djalma Guimarães, mas os que lhe conferiram importância e projeção nacional e internacional foram as descobertas das jazidas de apatita (fosfato) e de pirocloro (nióbio) em Araxá (MG), que fizeram do Brasil o maior produtor de nióbio do mundo. Foi conselheiro da Academia Brasileira de Ciências, onde ficou até 1954 e foi designado, juntamente com outros pesquisadores, pelo então governador de Minas Juscelino Kubitschek, para criação do Instituto de Pesquisas Radioativas (IPR), hoje Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). Dirigiu os mais importantes órgãos nacionais e estaduais na área das Geociências: Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Companhia de Pesquisa de Recursos Mineiras, hoje CPRM, Serviço Geológico do Brasil e ITI/MG. Recebeu todos os prêmios conferidos a seus pares em sua época: Prêmio José Giorgi da USP (1958-1959); medalhas de ouro Orvile Derby e José Bonifácio Andrada e Silva e Medalha da Inconfidência. Foi distinguido como Professor Doutor Honoris Causa pela Ufop e pela Universidade de Lisboa. Recebeu de Madame Curie o título de Principe dos Geólogos. Em 1974 foi homenageado com a criação do Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães, da Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, atualmente localizado no Edifício Rainha da Sucata na Praça da Liberdade, Belo Horizonte. Em 2006, 33 anos após o seu falecimento, foi homenageado com a guimarãesita, uma nova espécie mineral. http://semanact.mct.gov.br/ |