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domingo, 21 de dezembro de 2008

Amazonas etnias do Alto Rio Negro se encontram em oito Terras Indígenas


No que diz respeito a fatores como distribuição geográfica, línguas faladas e organização social, as 22 etnias da região do Noroeste Amazônico podem ser divididas em quatro conjuntos, abordados em diferentes seções:

1) Etnias do Rio Uaupés: distribuem-se pela bacia desse rio e outras bacias vizinhas ao sul. Em sua maioria, falam línguas da família Tukano Oriental. Organizam-se em fratrias e sibs patrilineares exogâmicos (grupos de descendentes de um ancestral comum que não casam entre si): ArapasoBaráBarasanaDesanaKarapanã,KubeoMakunaMiriti-tapuyaPirá-tapuyaSirianoTarianaTukanoTuyukaKotiria, Taiwano, Tatuyo, Yuruti (sendo que as três últimas habitam só na Colômbia).

2) Etnias Maku: Localizam-se predominantemente nas regiões interfluviais ao longo de uma linha de direção geral noroeste-sudeste, desde o Rio Guaviare, na Colômbia, ao Japurá, no Brasil, cortando a bacia do Uaupés. Organizam-se em grupos domésticos (de parentes próximos do marido e/ou da esposa) e regionais (aglomerado de aldeias próximas), que falam dialetos da família Maku: DowHupdaNadöbYuhupde, Kakwa, Nukak (as duas últimas habitam só na Colômbia).

3) Etnias do Içana: habitantes do Içana e seus afluentes Cuiari, Aiairi e Cubate. Falantes de língua da família Aruak. Organizam-se em sibs e fratrias patrilineares exogâmicos: Baniwa e Coripaco.

4) Etnias do Rio Xié e do Alto Rio Negro: Habitam a região em que as fronteiras do Brasil, Venezuela e Colômbia se aproximam. A maioria é falante da Língua Geral, o nheengatu, introduzida pelos primeiros missionários, no século XVIII: Baré e Warekena [ou Werekena].

Localização e população


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O principal rio que corta essa região é o Negro, afluente do Amazonas que, antes de entrar no Brasil, tem o nome de Guainía e separa a Colômbia da Venezuela. No seu alto curso, ele recebe, pela margem direita, o Içana e o Uaupés (chamado de Vaupés na Colômbia). Abrange também o Rio Apapóris e seus afluentes, tributário quase inteiramente colombiano do Caquetá, uma vez que desemboca neste último após marcar um pequeno trecho da fronteira com o Brasil. Daí para baixo, o Caquetá passa a denominar-se Japurá.

A bacia hidrográfica do Rio Içana tem suas nascentes na Colômbia, mas logo em seguida passa a delimitar a fronteira com o Brasil, adentrando o território brasileiro na direção sudoeste depois de um pequeno trecho. A extensão do Içana é de cerca de 696 Km. Já o Rio Uaupés tem cerca de 1.375 Km de extensão. Depois do Rio Branco, o Uaupés é o maior tributário do Rio Negro e, em seu curso, também recebe as águas de outros grandes rios, como o Tiquié, o Papuri, o Querari e o Cuduiari. Acima da foz do Uaupés fica a área formada pelo Rio Xié e alto curso do Rio Negro.
A maior parte da região é constituída por terras da União (Terras Indígenas e um Parque Nacional). A população indígena atual constitui pelo menos 90% do total, embora os mais de dois séculos de contato e comércio entre os povos nativos e os "brancos" tenha forçado a ida de muitos índios para o Baixo Rio Negro ou para as cidades de Manaus e Belém, bem como levado pessoas de outras origens a se estabelecerem ali. A presença de nordestinos, paraenses e e pessoas de outras partes do Brasil e do Amazonas se concentra nos poucos centros urbanos regionais.
No Brasil, as etnias do Alto Rio Negro se encontram em oito Terras Indígenas - cinco delas homologadas e contíguas, duas ainda a identificar e uma em identificação (veja também - "Como é feita a demarcação hoje?") - situadas nos municípios amazonenses de São Gabriel da Cachoeira, Japurá e Santa Isabel.