" É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até os dias de hoje, tudo sempre se transmutou em capital europeu ou, mais tarde, em capital norte-americano, e como tal se acumulou e se acumulou nos distantes centros de poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas ricas em minerais, o homem e sua capacidade de trabalho e consumo, recursos naturais e recursos humanos”.
- Em “Veias Abertas da América Latina”, do uruguaio Eduardo Galeano. Em suas quase 500 notas, o livro apresenta como nosso continente foi expropriado ao longo dos séculos. No livro é citado um acordo Brasil-EUA de 1964 na ditadura militar, que permitia que os aviões da Força Aérea sobrevoassem e fotografassem a floresta amazônica: “Eles usaram cintilômetros para detectar depósitos minerais radioativos pela emissão de comprimentos de onda de intensidade variável, eletromagnetômetros para radiografar o solo rico em minerais não-ferrosos e magnetômetros para descobrir e medir o ferro. As reportagens e fotografias adquiridas no reconhecimento da extensão e profundidade das riquezas secretas da Amazônia foram colocadas nas mãos de empresas privadas interessadas no assunto, graças aos bons serviços do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Na imensa região foi comprovada a existência de ouro, prata, diamantes, gipsita, hematita, magnetita, tântalo, titânio, tório, urânio, quartzo, cobre, manganês, chumbo, sulfatos, potássio, bauxita, zinco, zircônio, cromo e mercúrio.
Gerard Colby,
entrevistado pelo jornal Folha de S. Paulo em 1996, disse: “Depois do golpe
militar de 1964, não só o destino do Brasil passou por uma imensa mudança, mas
a Amazônia e os índios se abriram para um genocídio ainda maior. E Nelson
Rockefeller sabia o que estava acontecendo dentro do país. O que ele faz? Ele
viaja ao Brasil em 1969, se reúne diretamente com a liderança militar, recebe o
relatório do Serviço Nacional de Inteligência … e em seguida você vê Nelson
pedindo apoio para o que ele chama de “novos militares” para ser a vanguarda do
desenvolvimento. Um militar que promoveria coisas como a Rodovia
Transamazônica. Não é de surpreender que, em 1972, o New York Times publique o primo de Nelson, Richard Aldrich,
que era então o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos,
afirmando entusiasticamente que “esta estrada é terrivelmente importante para o
desenvolvimento do interior. Já está trazendo pessoas e tornará as
matérias-primas muito mais acessíveis ao mundo exterior.”
Em 2021, Os "NOVOS MILITARES" continuam obedientes, e tornará as matérias-primas muito mais acessíveis ao mundo exterior.”, como mencionou o primo de Nelson Rockfeller, Richard Aldrich em 1972 ao New York Times.