Substituir o Minério Nióbio é como comer margarina ou invés de manteiga
O mundo depende da produção brasileira
Potências mundiais como Estados Unidos e Japão dependem do nióbio do Brasil. Mas ele pode ser substituído por manganês e vanádio, cujos maiores produtores são África do Sul, China e Rússia. “Trocar o nióbio pelo vanádio é como comer margarina ou invés de manteiga. O nióbio tem mais qualidade, é superior, mas o vanádio pode ser usado em qualquer aplicação”, explicou o economista do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Rui Fernandes Pereira Júnior. O Brasil não exporta o nióbio puro, mas uma liga de ferro-nióbio, informa o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Para o economista, o medo de perder mercado faz com que o Brasil não interfira diretamente no preço. A tonelada da liga é vendida a US$ 26 mil e era o segundo metal mais rentável na pauta de exportação, atrás do minério de ferro, até o ano passado, quando perdeu a posição para o ouro, diz o Ibram. “Se subir o preço, o Brasil pode enfrentar problemas a longo prazo. A perda do mercado pode ser crucial no futuro”. (MB/AAN)
O mundo depende da produção brasileira
Óxido do nióbio (Nb2O5)http://portuguese.alibaba.com |
O Brasil é também um grande produtor de manganês, o que explica a inclusão do produto na lista dos ativos brasileiros importantes. Segundo documento da USGS referente a esse mineral, o Brasil teve a quarta maior produção em 2009, ano em que foi responsável por 5% das importações americanas da commodity. Os Estados Unidos não produzem manganês desde a década de 70, também por causa da baixa qualidade das jazidas domésticas.o
A lista divulgada pela WikiLeaks inclui a produção de minério de ferro pela "mina Rio Tinto", que não tem mais ativos brasileiros nesse segmento. A companhia operava uma mina em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que foi vendida à Vale do Rio Doce do ano passado. Nenhuma das empresas comentou a inclusão do projeto na lista.
PARA ENTENDER
O nióbio, um metal nobre descoberto em 1801, é usado para a fabricação de peças inoxidáveis e em outras ligas de metais não-ferrosos, como as utilizadas em oleodutos e gasodutos. Por suas propriedades, também é largamente utilizado em indústrias nucleares. Grande quantidade de nióbio é utilizada em superligas para a fabricação de motores de jatos e subconjuntos de foguetes - equipamentos que necessitam de alta resistência à combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizados no programa Gemini, da Nasa.