A mineração, em Araxá, poderia ser a maior fonte geradora da economia de Minas Gerais. Não é, pelo constante contrabando de minérios fosfatados, ao lado do nióbio explorado pela empresa CBMM.
Um canal de televisão
que desde seu surgimento esteve no centro das grandes jogadas políticas
estaduais e nacionais, através de acordos pouco ortodoxos, volta à cena sob
suspeita de carrear recursos provenientes da venda subfaturada de Nióbio, para
financiar a expansão da Rede Globo em Minas Gerais, a serviço de um projeto
político.
A
principal suspeita de irregularidade encontrada é o fato do dirigente da Rede
Integração, Antônio Leonardo Lemos Oliveira, sem se afastar da emissora,
assumir a vice presidência da CODEMIG, empresa pertencente ao governo de Minas
encarregada de administrar o patrimônio minerário do Estado, por consequência a
extração, beneficiamento e venda do Nióbio.
A
venda e exploração do Nióbio de Araxá já é objeto de investigação pelo
Ministério Público mineiro. Porém, um relatório da Receita Federal visando
apurar a evasão de divisas existente na venda subfaturada do mineral joga luz
sobre a possível transferência de recursos obtidos na operação pela Companhia
Mineradora do Pirocloro de Araxá, sociedade celebrada sem autorização
legislativa ou licitação entre CODEMIG e CBMM, empresa do Grupo Moreira Sales
para a Rede Globo de Televisão.
Em
1962, através da outorga assinada pelo primeiro-ministro Tancredo Neves, foi
entregue a TV Triangulo ao empresário Edson Garcia Nunes. Tudo por articulação
política de Adib Chueire, e em 1964, um mês após o golpe militar, foi ao ar a
emissora. O primeiro contato de retransmissão foi com a TV Excelsior e a
seguir com a Record. No início da década de 70, a difícil situação da TV Record
e o fim da TV Excelsior comprometeram o funcionamento da TV Triângulo.
As
ações de Edson Garcia Nunes, suas opções a respeito da televisão e o próprio
nome da emissora já o colocavam como um defensor da criação do Estado do
Triângulo. Segundo o seu depoimento, essa opção tomara novo fôlego em 1967,
quando ele passa a participar mais ativamente do movimento de emancipação do
Estado do Triângulo.
A
TV Triângulo passa a divulgar o movimento, a bandeira do estado é afixada nos
caminhões da emissora, faixas e inscrições defendendo a causa.
A
principal peça da campanha emancipacionista era: “Essa gente sabe muito bem
cuidar do seu nariz. Estado do Triângulo. Vamos respirar livremente. O
crescimento desse movimento começava a incomodar o Governo Militar, e em 1968,
segundo informações do próprio Edson Garcia Nunes, ele é convocado para uma
“conversa” com o Chefe de Gabinete do então presidente Costa e Silva.
Nessa
conversa ficou claro que, se Edson Garcia Nunes não se afastasse do movimento
separatista, perderia a concessão do canal. Movimento que deixou de ser
significativo quando o uberlandense Rondon Pacheco assume o governo do Estado
de Minas Gerais. Segundo Golberi, a TV Triangulo simulava a vontade de divisão
do Estado de Minas Gerais para justificar a escolha de Rondon Pacheco pelo
regime militar.
Segundo
o livro depoimento de Edson Garcia Nunes, em 1965, a TV Triangulo passava por
uma séria crise financeira e o político paulista Ademar de Barros
o convida para uma visita ao seu gabinete em São Paulo, e lá faz uma
proposta para a compra da emissora. Aceitando, chegou a receber uma ordem de
crédito equivalente à metade do valor da venda como uma primeira parcela do
pagamento. Antes da segunda parcela, que seria paga após seis meses, Adhemar de
Barros tem os seus direitos políticos cassados e desiste da compra.
Os
problemas financeiros se repetiram em 1968 quando Rondon Pacheco ocupava a
Chefia da Casa Civil do presidente militar Costa e Silva. Os novos
proprietários da TV Excelsior, já então uma pequena Rede, com quatro emissoras
(São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre), envolvem-se em uma
delicada negociação de venda da rede que envolveu o próprio Garcia Nunes,
atuando como “testa de ferro” de Antônio Delfim Netto, que tinha aspirações
políticas de ser Governador do Estado de São Paulo.
A
negociata incluía, entre outras coisas, que um processo envolvendo a
falsificação dos selos de uma empresa de cigarros, de propriedade dos mesmos
empresários que comandavam a Excelsior, fosse “desaparecido”. Em troca, os
empresários passariam dois terços das ações das emissoras para os novos
proprietários sem nada receber. Os novos donos teriam como compromisso apenas o
pagamento das dívidas de Impostos Federais, encargos sociais e salários dos
funcionários.
Enquanto
as conversações corriam e auditorias eram realizadas, ficou comprovado que o
valor das dívidas era maior do que o esperado, e foi feito um novo acordo que,
segundo Edson Garcia Nunes, incluiu o “esquecimento” dos impostos federais.
Nesse meio tempo também, os proprietários das quatro emissoras receberam uma
boa oferta pela TV Gaúcha e realizaram o negócio acreditando que o interesse do
grupo comprador ao qual estava ligado Edson Garcia Nunes resumia-se à emissora
de São Paulo.
Ele,
no entanto, se sentiu traído, pois tinha um interesse particular na emissora
gaúcha e o negócio se desfez. Ainda interessado em expandir seus
negócios, entrou em contato com Otávio Frias, de quem comprou a TV Vila Rica,
de Belo Horizonte, assumindo as dívidas da empresa. A emissora foi logo vendida
para Januário Carneiro, que posteriormente a transferiu para á Rede
Bandeirantes de Televisão.
Em
31 de agosto de 1971 a TV Triângulo é vendida para os empresários Tubal de
Siqueira e Silva, Rubens de Freitas e seu irmão Renato de Freitas e Rubens
Leite, iniciando a retransmissão da programação da Rede Globo. A emissora foi a
terceira afiliada da Rede. Como o próprio Edson Garcia Nunes afirma em seu
livro de memórias, desde sua fundação a TV Triângulo esteve umbilicalmente
ligada a “Jogadas Políticas e econômicas” pouco ortodoxas.
Como
se a seguir seu destino, os investimentos para expansão da Rede Globo no
interior de Minas Gerais, através da TV Triangulo, atual Rede Integração,
assustam. Após 2002, como que em um passe de mágica, a Rede Integração é
propagada como de propriedade exclusiva do empresário Tubal de Siqueira Silva.
Segundo o relatório da Receita Federal, os investimentos posteriores já
ultrapassaram R$ 1 Bilhão, sem que qualquer faturamento significativo de
publicidade tenha ocorrido no período.
Todo
capital foi obtido através de empréstimos tomados de Bancos ligados ao Grupo
Moreira Sales. Em 2007, a Rede Integração adquiriu parte da TV Panorama,
afiliada da Globo de Juiz de Fora/MG, expandindo a empresa também para a Zona
da Mata, controlando assim 4 das 8 retransmissoras da TV Globo em Minas Gerais
e se tornando a maior empresa de comunicação do interior mineiro. Cinco anos
mais tarde, a Rede Integração assumiu a totalidade da TV Panorama que com isso,
passou a se chamar TV Integração Juiz de Fora.
Segundo
o superintendente da emissora, Rogério Nery, a compra da participação é um
marco importante. “Vamos levar efetivamente a marca da TV Integração para a
Zona da Mata, com respeito aos costumes e à cultura da região, que é muito
importante para o Estado e para o país”. Dessa maneira, a TV Integração, que
atua no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Noroeste, Pontal e Centro-Oeste,
agora passa a abranger a Zona da Mata. Ao todo, são 233 municípios que recebem
a sinal da emissora e mais de 5,5 milhões de telespectadores.
Ao
todo, hoje são 259 cidades e 5.376,579 milhões de habitantes atingidas pelo
sinal da Rede Integração que além de TV, opera 3 emissoras de rádio (95,1 FM,
Globo Cultura Am 1020 e Regional FM), um portal de Internet (Megaminas.com),
uma operadora de TV a Cabo (Net Patos de Minas), uma empresa com soluções para
web (Webroom) – com filiais em Uberlândia, Brasília e Goiânia – e uma produtora
de vídeo (Imaginare Filmes).
EMISSORAS
TV
Integração Araxá (Araxá) – Canal 12
TV Integração Ituiutaba (Ituiutaba) – Canal 7 e 30 UHF Digital
TV Integração Uberlândia (Uberlândia) – Canal 8 VHF e 30 UHF Digital
TV Integração Juiz de Fora (Juiz de Fora) – Canal 5
PRINCIPAIS
CIDADES
Uberlândia
– 611.903 habitantes IBGE/2011
Juiz de Fora – 520.810 habitantes IBGE/2011
Uberaba – 299.360 habitantes IBGE/2011
Divinópolis – 215.246 habitantes IBGE/2011
Patos de Minas – 139.848 habitantes IBGE/2011
Barbacena – 127.217 habitantes IBGE/2011
Araguari – 110.402 habitantes IBGE/2011
Ubá – 102.782 habitantes IBGE/2011
Muriaé – 101.430 habitantes IBGE/2011
Ituiutaba – 97.791 habitantes IBGE/2011
Araxá – 94.798 habitantes IBGE/2011
Itaúna – 86.123 habitantes IBGE/2011
Paracatu – 85.447 habitantes IBGE/2011
Pará de Minas – 85.075 habitantes IBGE/2011
São João del-Rei – 84.404 habitantes IBGE/2011
Patrocínio – 82.471 habitantes IBGE/2011
Viçosa – 72.244 habitantes IBGE/2011
RÁDIOS
Cultura
FM 95,1 – Uberlândia
Radio Bandeirantes de Araguari Ltda. – Araguari
Radio Cultura de Uberlândia Ltda. – Uberlândia
Radio Televisão de Uberlândia Ltda. Ituiutaba
Radio Televisão de Uberlândia Ltda. – Uberlândia
RETRANSMISSORAS
DE TV
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Monte Alegre de Minas. Canal 6
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Patos de Minas. Canal 10
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Conquista. Canal 14
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Ituiutaba. Canal 7
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Patrocínio. Canal 6
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Frutal. Canal 11
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Araporã. Canal 24
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Sacramento. Canal 2
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Carmo do Paranaíba. Canal 7
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Coromandel. Canal 11
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Santa Vitória. Canal 36
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Tupaciguara. Canal 5
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Monte Carmelo. Canal 9
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Guimarânia. Canal 13
Radio
Televisão de Uberlândia Ltda.
Araxá. Canal 12
Consultado, o dirigente da Rede Integração e da CODEMIG, Antônio Leonardo Lemos
Oliveira, não quis comentar o assunto. Igualmente, a Rede Integração, Rede
Globo e CODEMIG também não se pronunciaram.
DOCUMENTOS
QUE FUNDAMENTAM ESTA MATÉRIA
(TRANSCRITO
DO NOVO JORNAL, MINAS GERAIS)
Esta
rede criada desde Tancredo Neves, primeiro-ministro, isto é, Chefe do Governo
do Brasil, no então sistema parlamentarista imposto pelos militares, foi
fortalecida pelo neto Aécio Neves, candidato do nióbio e da Globo a presidente
Fonte:
Meu
nome é Ligia Deslandes. Sou Pedagoga e Mestra em Educação formada pela
Universidade Federal Fluminense. Tenho especialização na área de Direitos
Humanos e Mediação de Conflitos pelo Instituto de Tecnologia Social do Brasil e
Formação em Educação Profissional no SENAC. Fiz vários cursos na área de
gestão, comunicação e marketing e tenho três livros publicados. Fui Professora
no curso de pós-graduação em gestão de recursos humanos na universidade Veiga
de Almeida no estado do Rio de Janeiro. Exerci várias funções administrativas
na Petrobras Distribuidora e na direção executiva nas pastas administrativa e
jurídica do Sindicato dos trabalhadores no comércio de minérios e derivados de
petróleo do estado do Rio de Janeiro – SITRAMICO-RJ. Em 2012 fui eleita a primeira
mulher presidenta do SITRAMICO-RJ, tendo sido reeleita em 2015 para o mandato
que exerço atualmente.