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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Minérios Mato Grosso do Sul

Morro do Urucum  Mato Grosso
Mato Grosso ponte Rio Paraguai

MINÉRIO


Recentemente um levantamento aerogeofísico  confirmou mais de 125.000 km² de áreas identificadas com potencialidades de depósitos minerais com informações confiáveis e de qualidade , oferecendo maior segurança para o investidor do setor mineral. 

Há dois anos a venda de produtos minerais registrou um aumento de 34% em valor em função do expressivo crescimento das exportações de ouro em volume físico.
http://www.pantanal-brasil.com/page.aspx?pagina=198

Multinacional "que tomou" exploração mineral em MT; excluiu garimpeiros 


     Algo em torno de 11,4 milhões de hectares em Mato Grosso estão – digamos assim – “reservadas” para as grandes mineradoras fazerem prospecção sobre o potencial de exploração mineração. Especialmente, de diamantes. Até 2003, Mato Grosso tinha 4,5 milhões de hectares de seu solo requeridos. Isso significa em torno de 13% do território mato-grossense apenas para a exploração mineral. A empresa Diagem do Brasil Mineração Ltda, de origem canadense, requereu 220 mil hectares em Juína. Desse total, a empresa não cedeu nem 1% para que os garimpeiros pudessem trabalhar.
    
     A questão das mineradoras foi levantada pelo deputado Wagner Ramos (PR), ao tratar do que chamou de “sérios contraste” que estão sendo registradas no município de Juina, no Noroeste do Estado, considerada uma das áreas mais ricas na produção de diamantes – e, consequentemente, de latente conflito social. O parlamentar criticou termos da legislação federal que permite a concessão desordenada de solo da região a diversas empresas estrangeiras e denunciou o impasse local que vem crescendo por conta das circunstâncias.

    Ramos participou – junto com os deputados José Riva e Eliene Lima, ambos do PP – de evento realizado pelas Cooperativas de Diamantes de Juína e de Aripuanã, ocorrida na cidade de Juina. “Eles estão vivendo uma realidade de preocupação muito grande, compartilhada pelos demais habitantes da região. Principalmente os que trabalham na atividade garimpeira” - revelou Ramos. Segundo ele, todos que conhecem Juína ou de alguma forma tomaram conhecimento da sua história sabem que seu crescimento se deu devido à sua grande potencialidade na extração de diamantes, associado à agricultura e à pecuária.
    
     “Hoje, muitos daqueles garimpeiros se encontram parados, sem poder trabalhar por conta de concessão de subsolo dada a algumas empresas, principalmente estrangeiras. Com isso, o garimpeiro fica impossibilitado de trabalhar” -explicou.
    
     A exploração comercial de diamantes em Juína, pela canadense Diagem, teve início no segundo semestre de 2003. A empresa estava fazendo estudos técnicos de avaliação das lavras. “Estes estudos podem demorar até três anos, já que a área de concessão de pesquisa é muito extensa” - explicou o engenheiro Jonathan Taylor, responsável pela execução do projeto. Ele esclareceu que o diamante a ser extraído em Juína é chamado de indian goods (tipo industrial) e seria todo exportado para a Índia, onde ocorreria a lapidação. Técnicos da empresa disseram que – antes maior produtor mundial de diamantes – Juína perdeu o posto para a Austrália.
    
     De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a “regularização da produção de diamantes, em Juína”, se deu no final de outubro de 2004, com a entrega das primeiras Permissões de Lavra Garimpeira. A medida aconteceu por meio de “acordos de cessões de direitos minerários”, firmados entre a Cooprodil (Cooperativa de Produtores de Diamantes Ltda), a Diagem e a SL Mineradora Ltda.
    
     Segundo o deputado Wagner Ramos, esse cenário desfavorável para os garimpeiros de Juína precisa ser revertido. Ele anunciou o início de uma mobilização nesse sentido, a partir da Assembléia, envolvendo as bancadas federais de Mato Grosso. Durante a visita feita à região, Wagner Ramos e lideranças de Juína conheceram a área onde os garimpeiros descobriram – através de pesquisas – diamantes em aproximadamente 30 metros a 40 metros de profundidade. 
Edilson Almeida   Redação 24 Horas News http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=235964



terça-feira, 18 de outubro de 2011

cobiça pelas "Terras Raras" ricas em minérios em MS causa genocídio entre índios

MPF considera genocídio ataque a índios no Mato Grosso do Sul


A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal investiga como genocídio o ataque sofrido por indígenas da etnia guarani-kaiowá, ocorrido há duas semanas no município de Iguatemi (MS), onde adultos e crianças estavam acampados às margens de uma estrada vicinal.

  •  Mais de 70 mil índios de diversas etnias aguardam a demarcação das terras tradicionalmente ocupadas por eles, em cumprimento a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo MPF e Funai, em 2007, mas que não foi cumprido. O MPF relata dois outros eventos violentos envolvendo a comunidade. Em setembro de 2003, um grupo tentou retornar à área, mas homens armados invadiram o acampamento e expulsaram os indígenas com violência.
Genocídio entre os índios na disputa pelas "Terras Raras"


Um dos líderes guarani-kaiowá relatou ao MPF que os índios estavam rezando quando chegaram dois caminhões com homens atirando. Eles queimaram barracas e roupas e ameaçaram amarrar todos os índios.
- Saímos correndo, em direção diferente. A 300 metros do local vimos as barracas queimando e muito choro. Faroletes e lanternas estão focando pra lá e cá, as crianças e idosos não conseguiram correr. Os meus olhos enlagrimando (sic) escrevi este fato. Quase não temos mais chance de sobreviver neste Brasil - relatou o índigena.
O ataque causou a destruição de barracos e pertences dos índios. O estoque de alimento foi queimado. Os mais atingidos pela violência foram idosos e crianças, que não conseguiram correr e ficaram feridos. O acampamento ocupa área pública.
O MPF em Dourados (MS) pediu abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar o crime. Foram encontrados dezenas de cartuchos de munição calibre 12 anti-tumulto (balas de borracha) e há indício de formação de milícia armada.
Em vista da insegurança, os indígenas se valem de um meio precário para atravessar o rio que os separa do acampamento. São 50 metros entre as margens, dois metros de profundidade  e forte correnteza, vencidos por mulheres, idosos e crianças através de um fio de arame (fotos da travessia).  Na outra margem, sentem-se mais seguros contra ataques.
O MPF trata o caso como genocídio porque foi cometida violência motivada por questões étnicas contra uma coletividade indígena.
A área reivindicada pelo grupo guarani-kaiowá é conhecida como Puelito Kue e já foi estudada pelos antropólogos da Fundação Nacional do Índio. O relatório, cuja publicação é uma das fases da demarcação de terras indígenas, está em fase final de redação. Como não têm para onde ir, os indígenas retornaram ao mesmo acampamento após o ataque.
Os indígenas se valem de um meio precário para atravessar o rio que os separa do acampamento. São 50 metros entre as margens, dois metros de profundidade  e forte correnteza, vencidos por mulheres, idosos e crianças através de um fio de arame.  Na outra margem, sentem-se mais seguros contra ataques.
O Mato Grosso do Sul, que abriga a segunda maior população indígena do País, tem sido palco de violência étnica. Mais de 70 mil índios de diversas etnias aguardam a demarcação das terras tradicionalmente ocupadas por eles, em cumprimento a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo MPF e Funai, em 2007, mas que não foi cumprido.
O MPF relata dois outros eventos violentos envolvendo a comunidade. Em setembro de 2003, um grupo tentou retornar à área, mas homens armados invadiram o acampamento e expulsaram os indígenas com violência.
Em dezembro de 2009, os índios foram amarrados, espancados e colocados num caminhão, sendo deixados em local distante do acampamento. O indígena Arcelino Oliveira Teixeira desapareceu sem deixar pistas. O corpo nunca foi encontrado.
Fonte/foto: MPF via blog do Altino Machado